O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), deu posse nesta quinta-feira (01) à presidente da República Dilma Rousseff e ao vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), eleitos em 2014. Conforme determina a Constituição Federal ambos fizeram o compromisso de posse perante os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e parlamentares das duas Casas. Também participaram da cerimônia o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, chefes de Estados e outras autoridades.

Renan Calheiros marcou seu discurso com um tom proativo em relação ao trabalho do poder Legislativo. “A reforma política é imperiosa pelo alerta da pulverização, já que a partir de agora contaremos com 28 legendas no Congresso Nacional. Temos obrigação de fazê-la. Ela não pode seguir sendo uma unanimidade estática, onde todos são favoráveis, mas não avança um milímetro sequer. Por sua complexidade e por se tratar de uma prerrogativa do Legislativo, é recomendável que o Congresso faça a reforma – até porque pagará um preço alto se não a fizer – e a submetamos a um referendo popular, como fizemos na venda de armas”, alertou Renan.

O presidente do Congresso Nacional também falou sobre democracia e participação popular. “Nossa democracia foi forjada por muitos, mas devemos e sempre deveremos uma reverência especial ao Presidente José Sarney, que com mãos firmes e altivez, fez a transição democrática no Brasil”, afirmou Renan.

O presidente do Senado ainda observou que os homens públicos necessitam estar atentos às demandas sociais. “Em uma sociedade ávida por participação e mudanças, estamos obrigados a dar as respostas exigidas por nossa gente. As palavras não são suficientes nos dias atuais. Cada vez mais nossas atitudes são observadas e ganham mais relevo”, disse.

Renan Calheiros exortou os políticos a acompanharem as mudanças tecnológicas para se aproximar dos cidadãos. “Não há tempo a perder. A revolução tecnológica incluiu na cultura das civilizações modernas a interatividade, velocidade nas respostas e instantaneidade na solução de problemas. Ou nos reinventamos para dar as respostas rapidamente ou podemos gerar frustrações quanto a capacidade transformadora das instituições. Exatamente porque, na política, o tempo dissipado tem um custo altíssimo. A sociedade nos vê, mas também está exigindo ser ouvida com maior assiduidade e ser atendida”, afirmou Renan.

O papel da oposição também foi citado pelo presidente do Senado. “Estou convencido de que a oposição, que é parte essencial do poder Legislativo, tem como contribuir dada sua responsabilidade e maturidade. O espaço da oposição é sagrado, sua voz critica insubstituível. Antes ser crivado pela crítica do que ser arruinado pela bajulação. Onde não há espaço para a antítese, os elogios devem ser vistos com reserva. A crítica, é a primeira manifestação de quem deseja ajudar e, em última instância, é o exercício pleno da liberdade de expressão, alicerce supremo da democracia. A divergência, entretanto, não deve transbordar para retrocessos ou transgressões. Não será por omissão, inércia, ou inação do Congresso Nacional que o Brasil deixará de avançar”, garantiu Renan Calheiros.

A presidente Dilma Rousseff fez um discurso de prestação de contas. E ressaltou a necessidade do apoio do Congresso Nacional para implantar as mudanças que estão previstas para os próximos quatro anos. Anunciou ainda que irá mandar dois projetos para análise do Legislativo. Um sobre alterações na tributação sobre micro e pequenas empresas e outra sobre política de segurança pública. E elogiou o trabalho do Parlamento. “A maioria das mudanças tem que nascer aqui, na grande casa do povo”, afirmou.

Depois de empossar a presidente e o vice-presidente eleitos, o presidente do Senado, Renan Calheiros, participou no Palácio do Planalto da posse dos 39 ministros do novo mandato de Dilma Rousseff e Michel Temer.