Para Renan, presidente do Congresso deve ser independente na relação com o governo

25/06/2015 15h50

“A independência é o papel que cabe hoje ao Congresso. Minha relação com o governo enquanto presidente do Congresso Nacional não pode repetir a mesma de quando eu era líder da bancada do PMDB. Porque a prioridade é a independência. Para o melhor funcionamento entre os poderes, para a democracia”. Esta foi avaliação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre o fato de estar afinando com o Planalto o diálogo em torno da Reforma Política, nesta quinta-feira (25).

O presidente do Senado mediou, durante toda a semana, conversas entre os poderes Executivo, Judiciário e Legislativo para garantir a aprovação da Reforma ainda em julho. “Esse esforço é inédito. Em nenhum momento nós mobilizamos os poderes da República dessa maneira em torno do assunto e é o que estamos fazendo agora”, observou Renan.

Na quarta-feira (24), a Comissão da Reforma Política se encontrou com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowsky, e na terça-feira (23), um jantar reuniu o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Tóffoli; os ministros do STF com assento no TSE, Luiz Fux e Gilmar Mendes; e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

“Considero este encontro importante, da mesma forma que considero importantíssima a participação da Câmara dos Deputados. O nosso esforço não é fazer um contraponto, é fazer uma Reforma. A nossa ação, e essa nossa mobilização, é para que façamos uma complementação do processo legislativo e, com alguma alteração que eventualmente se faça, nós recriemos condições para que a Câmara faça uma reavaliação daquilo que já decidiu”, disse Renan.

Com relação à participação do PMDB no governo, Renan voltou a defender uma “participação qualificada”. "A participação do PMDB tem de ser propositiva. O PMDB pode até ser um partido minoritário na coalizão, mas deve ser propositivo para qualificar a coalizão. Isso é possível, tive hoje a oportunidade de dizer isso à presidente”, contou Renan.

Para o presidente da Comissão Especial da Reforma Política, senador Jorge Viana (PT-AC), o ambiente nos três Poderes é propício para se votar uma reforma. “A decisão do presidente Renan de nos ajudar atende as lideranças da Casa. O que nós necessitamos é estimular esse ambiente no Senado e na Câmara. Temos uma boa oportunidade de dar uma resposta para a opinião pública”, avaliou Jorge Viana.