Governadores do NE entregam a Renan projetos de interesse da região

Nesta quarta-feira (15), o presidente do senado, Renan Calheiro (PMDB-AL), recebeu cinco governadores do Nordeste: José Renan Filho, governador de Alagoas; Flávio Dino, governador do Maranhão; Rui Costa, governador da Bahia; Camilo Sobreira, governador do Ceará e Wellington Dias, governador do Piauí.
15/04/2015 15h50

Nesta quarta-feira (15), o presidente do senado, Renan Calheiro (PMDB-AL), recebeu cinco governadores do Nordeste: José Renan Filho, governador de Alagoas; Flávio Dino, governador do Maranhão; Rui Costa, governador da Bahia; Camilo Sobreira, governador do Ceará e Wellington Dias, governador do Piauí. Eles trouxeram uma pauta com 21 itens de interesse da região que tramitam no Congresso Nacional.

Governadores do NE entregam a Renan projetos de interesse da região. Foto: Jane de Araújo

“Nós temos projetos relativos ao ICMS, projetos relativos ao salário educação; enfim, uma pauta para que nós tenhamos um debate maior sobre recursos e a respeito do pacto federativo, tanto na agenda que vai incrementar receitas para os estados como aqueles projetos que geram despesas aos estados sem a correspondência na elevação da receita”, disse Rui Costa.

Os governadores reclamaram que o reajuste do piso salarial do professor neste ano foi muito pesado e tem se tornado política previdenciária. No caso da Bahia, por exemplo, Rui Costa explicou que o estado tem hoje 43 mil professores aposentados e 33 mil ativos, sendo que, na ativa, praticamente ninguém recebe o piso. O problema aparece na hora de corrigir as pensões, conforme o piso, enquanto a receita do estado é reajustada em cerca de 4%. Em janeiro, o piso do magistério foi ampliado em 13,01%  e o valor de 2015 ficou em R$ 1.917,78.

Na pauta apresentada, eles pedem a aprovação do Projeto de Lei (PL) 1655 de 2011 que altera as regras de distribuição do salário-educação. O texto estabelece que os dois terços do salário-educação que competem a estados e municípios sejam distribuídos nacionalmente, de acordo com o número de matrículas na rede de ensino de cada estado. Atualmente, a Lei 9.424/96, que trata do assunto, não traz esse critério de distribuição. Para os governadores, o projeto equaliza o valor anual por aluno para todo o país e permite ganhos financeiros para todos os estados do Nordeste.

ICMS do comércio eletrônico – A votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 07 de 2015, no Plenário do Senado na tarde desta quarta-feira, também atende as expectativas de aumento de receitas para a região. A PEC trata da aplicação do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) no comércio eletrônico. O texto foi aprovado de manhã na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) conforme veio da Câmara dos Deputados.

A PEC prevê que a regra para a distribuição do ICMS, aplicado no comercio não presencial, seguirá os mesmos princípios do comercio tradicional. Caberá ao estado de destino a diferença entre a alíquota interestadual e a alíquota do estado de destino. A alteração na aplicação do ICMS deverá ser feita gradualmente em quatro anos, a partir de 2016, já com 40%. Se aprovada em Plenário como veio da Câmara, a proposta vai para promulgação.

Convalidação e indexador da dívida dos estados – Renan Calheiros informou que os senadores vão apresentar uma emenda ao projeto que regulamenta a aplicação do novo indexador da dívida dos estados para garantir mais recursos aos entes federados. A ideia é criar uma regra para que os estados possam usar depósitos judiciais e administrativos para pagar precatórios e despesas previdenciárias. “Quatro estados e algumas grandes cidades já fizeram isso. É um volume de recursos muito grande, não impacta nas contas públicas e o ministro Levy concorda” defendeu Renan. O senador Walter Pinheiro afirmou que já foi acertado com deputados que o projeto vai retornar à Câmara dos Deputados com essa modificação. O indexador consta do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 15 de 2015 e aguarda análise em plenário.

O projeto de Lei do Senado (PLS) 130 de 2014, que convalida incentivos fiscais, questionados na justiça, concedidos por estados a empresas tem apoio unânime dos governadores do Nordeste. A matéria foi aprovada no início do mês no Senado e enviada à Câmara dos Deputados.

Quanto à unificação do ICMS, os governadores consideram essencial a aprovação de um fundo de compensação de perdas que tenha a fonte de recursos definida. O senador Romero Jucá já declarou que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deverá vir ao Senado em maio e apresentar uma proposta para compensar os estados que sofram com a reforma do imposto.

Royalties – Nesta tarde, os governadores se reúnem com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, para pedir que o ministro paute o assunto no plenário da Corte. Em março de 2013, a pedido do governo do Rio de Janeiro, a ministra do STF suspendeu, em caráter cautelar, a aplicação das novas regras para distribuição dos royalties do petróleo contidas na Lei 12.734/2012.

O governador Wellington Dias disse que a ministra Cármem Lúcia está com voto pronto para apresentar no plenário assim que o assunto entrar em pauta. “O Congresso Nacional fez a sua parte e votou a lei dos Royalties, que hoje está sob liminar do STF. Chegou a hora de votar, no plenário do STF, a constitucionalidade dessa lei que é muito importante para a maioria dos estados brasileiros, não só os estados do Nordeste.”