Senadores defendem mais informação para prevenir câncer de próstata

Da Redação | 05/11/2020, 18h10

A campanha Novembro Azul, realizada anualmente, visa à conscientização das pessoas sobre doenças masculinas, com ênfase na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de próstata. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que de 2020 até 2022 ocorrerão, a cada ano, 66 mil novos casos de câncer de próstata no Brasil. É o tipo de câncer mais comum entre os homens, depois do câncer de pele. Anualmente, o país registra em média 13 mil mortes causadas pelo tumor, boa parte relacionada à falta de um diagnóstico precoce.

Requerimento do senador Nelsinho Trad (PSD-MS), assinado por vários outros senadores, solicita a realização de sessão especial, no dia 16 de novembro de 2020, para homenagear a campanha Novembro Azul. O texto do requerimento destaca que “falta de informação, preconceito e vergonha levam o público masculino a deixar de lado procedimentos simples, rápidos, indolores e fundamentais para identificar a doença em estágio inicial. O tratamento para quem identifica precocemente o câncer de próstata chega a índice de cura de até 90%”.

Conscientização

Para reforçar o trabalho de conscientização, a senadora Rose de Freiras (Podemos-ES) apresentou um projeto de lei, o PL 4.967/2020, que prevê a iluminação de prédios públicos com luzes de cor azul e a promoção de palestras, eventos e atividades educativas durante o mês de novembro.

O texto também prevê a veiculação de campanhas de mídia, além da oferta à população, em meios físico e digital, de informações sobre prevenção. A assinatura de convênios com entidades da iniciativa privada para o fortalecimento da campanha é outro objetivo da proposta.

“O câncer é silencioso e, quanto mais precoce for o diagnóstico, maior a chance de cura. E você? Tem visitado o seu médico?”, perguntou a senadora nas redes sociais.

Na última sessão deliberativa no Plenário do Senado, Rose de Freitas voltou a enfatizar a importância da divulgação de informações sobre o câncer de próstata.

— Infelizmente, no que diz respeito à política pública de comunicação, nós temos muito a desejar. Em relação ao câncer de mama e de próstata, há necessidade de ampliar o debate sobre a saúde da população. Nós precisamos de instrumentos para combater o câncer de mama, de um mamógrafo, e precisamos de comunicação. Precisamos de instrumentos para combater e prevenir o câncer de próstata, precisamos de médicos, de conscientização — disse a senadora.

Prevenção

Vários outros senadores também se manifestaram pela internet sobre a importância da prevenção. “Algumas lutas podem ser vencidas antes mesmo de serem iniciadas”, ressaltou Marcos do Val (Podemos-ES).

O senador Wellington Fagundes (PL-MT) dirigiu um pedido ao povo do seu estado: “O Ministério da Saúde indicou que, neste ano, mais de 1.000 mato-grossenses terão câncer de próstata. Sabemos que esse número é inevitável, mas podemos prevenir os problemas causados pela falta do diagnóstico precoce. Por isso, aproveite o Novembro Azul para fazer o exame!”.

O senador Telmário Mota (Pros-RR) mandou um recado direto para a população masculina. “Cuidar da saúde também é coisa de homem”, declarou ele.

Elmano Férrer (PP-PI) lembrou a todos que o Novembro Azul já começou. “Mês de prevenção e combate ao câncer de próstata. Ressaltamos a importância da realização do exame preventivo no cuidado com sua saúde. A prevenção salva”.

Próstata

De acordo com o site do Ministério da Saúde, a próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, com aproximadamente 20 gramas, semelhante a uma castanha, localizada abaixo da bexiga. Sua principal função, juntamente com as vesículas seminais, é produzir o esperma.

O Ministério da Saúde orienta os homens a partir de 45 anos com fatores de risco (ou a partir de 50 anos quando não há esses fatores) a ir ao urologista para conversar sobre o exame de toque retal, que permite ao médico avaliar alterações da glândula (como endurecimento e presença de nódulos suspeitos), e sobre o exame de sangue PSA (antígeno prostático específico). De acordo com o ministério, entre os fatores de risco estão: o histórico familiar de câncer de próstata (pai, irmão e tio); a raça (homens negros sofrem maior incidência deste tipo de câncer); e a obesidade.

Estima-se que cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata sejam diagnosticados somente pela alteração no toque retal. Outros exames também podem ser solicitados.

Na fase inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas. Quando alguns sinais começam a aparecer, muitos tumores já estão em fase avançada. Entre os sintomas estão dor óssea, dores ao urinar, vontade de urinar com frequência e presença de sangue na urina ou no sêmen.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)