Aprovada indicação de Castilhos França para embaixada do Brasil nos Países Baixos

Da Redação | 22/09/2020, 18h49

Em sessão semipresencial nesta terça-feira (22), por 43 votos favoráveis e três votos contrários, o Plenário do Senado aprovou a indicação do diplomata Paulo Roberto Caminha de Castilhos França para exercer o cargo de embaixador do Brasil no Reino dos Países Baixos. A aprovação da mensagem (MSF 4/2020) com essa indicação, relatada pelo senador Carlos Fávaro (PSD-MT), será comunicada à Presidência da República.

Os Países Baixos são uma monarquia constitucional controlada por um parlamento bicameral formada por quatro países: Países Baixos (ou Holanda, no centro da Europa) e Aruba, Curaçao e São Martinho (os três no Caribe). As três localidades caribenhas têm estatuto independente, com governo e eleições próprios, embora as áreas de defesa e política externa fiquem a cargo dos Países Baixos. A capital é Amsterdã, mas a sede do governo fica na cidade da Haia.

Paulo Roberto Caminha de Castilhos França nasceu em Porto Alegre em 7 de junho de 1956 e ingressou na carreira diplomática em 1981. Foi diretor do Departamento da Aladi e Integração Econômica Regional de 2011 a 2012 e chefe da representação brasileira junto à Autoridade Nacional Palestina (2012-2015). Hoje é cônsul-geral do Brasil em Istambul, na Turquia.

Os Países Baixos são o maior mercado para as exportações brasileiras na Europa — com destaque para os segmentos agropecuário e de produtos de alto valor agregado, como embarcações e plataformas petrolíferas. Há várias empresas neerlandesas que atuam no Brasil e geram significativa quantidade de empregos, como Shell, Philips, Unilever, Makro, Heineken, C&A, ABN Amro, entre outras. Também há várias empresas brasileiras instaladas naquele país, como Petrobras, Embraer, Braskem, Cutrale e Bertin Agropecuária.

Em sabatina na Comissão de Relações Exteriores (CRE) realizada na segunda-feira (21), Castilhos França frisou que pretende, no cargo de embaixador, dar prioridade ao desenvolvimento da cooperação científica entre o Brasil e os Países Baixos. O diplomata afirmou que os neerlandeses têm uma área de ciência e tecnologia dinâmica, e estão na ponta da inovação em vários setores, como os de sustentabilidade, indústria e agricultura de precisão, tecnologia da informação e recursos hídricos.

Livre comércio

As relações diplomáticas com o Brasil foram estabelecidas em 1828. Segundo o senador Antonio Anastasia (PSD-MG), que foi relator da indicação do diplomata na Comissão de Relações Exteriores, a grande tradição comercial do pais foi construída ao longo de séculos e é baseada no multilateralismo e no livre comércio. De acordo com o senador, nas últimas décadas os laços com o Brasil foram fortalecidos e ganharam dinamismo, principalmente no setor econômico-comercial.

Anastasia também afirmou que o Brasil é tradicional e importante parceiro comercial desse país, bem como destino de substantivos investimentos dos neerlandeses. Os Países Baixos são o maior mercado para as exportações brasileiras na Europa, e o quarto maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Argentina.

O superávit do Brasil na balança comercial bilateral aumentou significativamente em 2018. O país exportou para os Países Baixos cerca de US$ 13 bilhões (5,45% do total de exportações brasileiras) e importou US$ 1,6 bilhão, resultando um saldo de US$ 11,3 bilhões, o maior das relações comerciais com parceiros europeus. O porto de Roterdã é o mais relevante ponto de entrada de bens brasileiros na Europa e destino da maior parte das exportações do agronegócio brasileiro para o continente.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)