Operação Lava Jato enfrenta resistências de outros Poderes, diz Girão

Da Rádio Senado | 05/08/2020, 16h42

Em pronunciamento nesta quarta-feira (5), o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) disse que a Operação Lava Jato constitui um “símbolo e uma referência internacional de ação positiva no combate à corrupção no Brasil”. Ele acrescentou que a força-tarefa está passando por ataques de “desqualificação e desmantelamento”, além de enfrentar muitas resistências de todos os Poderes da República.

 — Eu venho dizendo isso constantemente. A coisa transcende porque, quando você assiste ao Supremo Tribunal Federal (STF) anulando delações premiadas de pessoas investigadas pela Lava Jato, quando você vê o STF não deixar a Polícia Federal agir nas comunidades por conta da pandemia de covid-19 e quando você vê o STF intervir diretamente nas decisões da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que está querendo fazer o processo de impeachment contra o governador Wilson Witzel [PSC], ação essa resultante  de uma investigação por desvio de dinheiro do povo carioca para comprar respiradores, entre outras coisas, você pergunta: gente, que Justiça é essa? Que mensagem queremos passar para a população e, principalmente, para os jovens?

Girão ressaltou que, “infelizmente”, se não fosse a crise sanitária que assola o país, impedindo a população de sair de casa, as ruas já estariam tomadas pelas pessoas, protestando por um Brasil com mais justiça, a favor da ética e contra a corrupção. Entretanto, insistiu, já que há impeditivos contra as manifestações presenciais, que haja união das pessoas para criar um movimento, mesmo que virtual, para o exercício da cidadania, com o propósito de mudar os rumos da nação.

O parlamentar também fez críticas ao Senado pelo “silêncio ensurdecedor” que, segundo ele, está contribuído em desfavor do Brasil face a decisões “esdrúxulas” do STF. De acordo com o parlamentar, o Senado tem sido omisso quanto a suas atribuições, quando não propõe qualquer processo de investigação contra alguns ministros da Corte Suprema.

 — É papel nosso fazer isso: abrir e analisar os processos de impeachment contra alguns ministros que têm indícios fortes aqui, nesta Casa, há muito tempo. Também é obrigação do Senado instalar a comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar tribunais superiores, o que não foi feito até o momento, e continua engavetado — afirmou. 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)