Rádio Senado apresenta 2ª parte do programa sobre Euclides da Cunha

Em dezembro de 1902, Euclides da Cunha publica sua mais famosa obra – O Sertões. O sucesso do livro leva o escritor à Academia Brasileira de Letras, onde toma posse no ano seguinte. A atenção do escritor desloca-se, então, para outro ponto de tensão no país: a Amazônia, onde a exploração da borracha gerava conflitos com o Peru. O interesse pela questão das fronteiras acaba por aproximá-lo do ministro dos Negócios Estrangeiros, o Barão do Rio Branco. Ele convida Euclides para chefiar a Comissão de Reconhecimento do Alto Purus. Em dezembro de 1904, o autor embarca para o norte.

A viagem à Amazônia e a tragédia que pôs fim à vida de Euclides são o tema da segunda parte da reportagem especial Euclides da Cunha: o escritor que desvendou o Brasil. O programa, produzido pela jornalista Beatriz de Mendonça, marca os 150 anos de nascimento do autor e vai ao ar nesta sexta-feira (15/04), às 18h, na Rádio Senado. Durante os 30 minutos do programa, foram ouvidos especialistas, professores e senadores, como Jorge Viana, do PT do Acre, que destacou o legado do escritor para o Acre, para a Amazônia e para o Brasil.

— Ele talvez tenha sido, claro que morreu precocemente, mas alguém que mais profundamente escreveu sobre a beleza, o coração, o jeito, a complexidade da ocupação da Amazônia em sua biodiversidade e na presença do homem lá — avaliou Viana.

As andanças de Euclides pela Amazônia e pelo Acre, aliás, são um ponto curioso na história dele. Se já era um escritor consagrado, por que decidiu aventurar-se pela Amazônia, expondo-se aos perigos da floresta? Talvez a resposta esteja na carta que o autor enviou ao amigo José Veríssimo: “Não desejo a Europa, o Boulevard, os brilhos de uma posição. Desejo o sertão, a picada malgrada e a vida afanosa e triste de pioneiro”. Ou na análise da senadora Lídice da Mata, do PSB da Bahia:

— Euclides descobriu o sertão para o Brasil.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)