Ana Amélia considera dramáticos novos cortes no Orçamento anunciados pelo governo

Da Redação e Da Rádio Senado | 30/11/2015, 15h43

A senadora Ana Amélia (PP-RS) classificou de dramática, nesta segunda-feira (30), a decisão do governo de cortar mais R$ 10 bilhões do Orçamento deste ano, mesmo que isso seja apenas uma manobra para forçar o Congresso Nacional a aprovar logo a proposta orçamentária que reduz a meta fiscal de 2015.

O projeto, que já foi aprovado pela Comissão Mista de Orçamento e aguarda votação no plenário do Congresso Nacional, permite que o governo feche o ano com um déficit de até R$ 120 bilhões. Segundo a senadora, estima-se que o governo reveja o corte após a aprovação da nova meta fiscal.

Ana Amélia afirmou ser grave também o reconhecimento de um rombo histórico de R$ 12,7 bilhões nas contas públicas em outubro, o pior desde 1997. De janeiro a outubro, o déficit estimado é de R$ 33 bilhões. Para a senadora, isso revela uma situação catastrófica no âmbito da administração financeira federal.

— A determinação de fazer um corte de R$ 10 bilhões na execução do orçamento deste ano, que ainda não fechou, isto é dramático. R$ 10 bilhões significam que o governo vai cortar a luz, vai cortar a água, aluguéis, viagens, vai cortar tudo, vai cortar o custeio. É uma situação absolutamente preocupante.

Peritos do INSS

Ana Amélia também disse ter recebido estudo da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social segundo o qual o governo teria uma economia de R$ 52 bilhões por ano se o INSS fizesse perícias médicas mais eficientes. De acordo com a entidade, o governo estaria gastando cerca de R$ 68 bilhões por ano no pagamento de benefícios sem perícia médica.

Como lembrou a senadora, os médicos peritos do INSS estão em greve há quase 90 dias, sem uma contraproposta do governo para por fim à paralisação. Por causa da greve, milhares de pessoas não conseguem atendimento para receber o auxílio-doença ou outro benefício previdenciário, lamentou Ana Amélia.

— Quem mais sofre com a greve e com o radicalismo é a população, pois mais de um milhão de perícias médicas deixaram de ser feitas em todo o país desde o início da greve. Além de prejudicar  a rotina das pessoas, os constantes reagendamentos causados pela paralisação desse serviço público impactam nos cofres da União também — lamentou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)