Senadores divergem sobre resultado das eleições na Argentina

Da Redação | 24/11/2015, 18h23

O resultado das eleições presidenciais na Argentina, ocorridas no domingo (22), que teve como ganhador o empresário Maurício Macri, foi tema de discussão no Plenário nesta terça-feira (24).

Os senadores aguardavam pelo quórum para votar a indicação do embaixador José Humberto de Brito e Cruz para a embaixada do Brasil em Marrocos, quando o senador Aécio Neves (PSDB-MG) pediu a palavra para comemorar a eleição de Maurício Macri e ressaltar que o eleito ameaça usar a cláusula democrática do Mercosul para pedir a saída da Venezuela do bloco comercial. Aécio também criticou o governo brasileiro, que, segundo ele, é omisso diante da escalada autoritária na Venezuela.

— O que ficou muito claro é que, em poucas horas, após a confirmação da sua eleição, o presidente eleito já assume posições muito claras em relação a problemas sérios que temos vivido na região e que deveriam, pela liderança natural que o Brasil possui, estar sendo defendidas pelo Brasil — afirmou Aécio.

Em resposta, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ressaltou que, ao contrário do que feito por Aécio, o candidato derrotado na Argentina, Daniel Scioli, não pediu recontagem de votos nem sugeriu ter ocorrido fraude eleitoral ou pedido impeachment do vencedor. Além disso, Lindbergh disse que a gestão de Maurício Macri poderá significar um retrocesso para a Argentina.

— Quero ver o que vai acontecer com esse governo Macri em cima de questões muito objetivas, como a discussão sobre o câmbio e os subsídios de serviço público, que correspondem a 4% do déficit fiscal da Argentina — reforçou Lindbergh.

O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) lembrou que a presidente Dilma Rousseff já convidou o novo presidente argentino para visitar o Brasil e desejou que Macri faça um bom governo.

— Vamos esperar que o presidente Macri possa dar uma resposta adequada para tirar a Argentina da profunda crise econômica e social na qual o governo dos Kirchner mergulhou aquele país, assim como os governos petistas mergulharam o Brasil — afirmou Aloysio.

Sobre a situação política na Venezuela, Lindbergh Farias avisou que o Brasil está atento ao que se passa no país vizinho e tem atuado para apaziguar as disputas entre governo e oposição.

— Tudo o que nós não queremos é que aquilo descambe para uma guerra civil. O que tive por parte de lideranças oposicionistas foi o agradecimento ao governo brasileiro para facilitar um diálogo para que haja eleições na Venezuela e o processo seja tranquilo e harmonioso — garantiu o petista.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)