Aprovadas pela CRE indicações para embaixadas na Bolívia e Honduras

Da Redação | 03/09/2015, 15h11

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou na manhã desta quinta-feira (3) as indicações de Breno de Souza Brasil Dias da Costa e de Raymundo Santos Rocha Magno como embaixadores em Honduras e na Bolívia, respectivamente. Os nomes ainda terão de passar pelo Plenário para que eles possam assumir suas funções.

O Brasil está há dois anos sem diplomata em La Paz, desde que o ex-senador boliviano Róger Pinto Molina, contrário ao governo Evo Morales, fugiu para o Brasil, depois de ter ficado confinado 455 dias na embaixada brasileira em La Paz. O episódio levou à saída do chanceler Antônio Patriota na época.

Para o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que deu suporte à  fuga de Molina, a CRE está ajudando o Brasil a "virar a página".

— Não quero entrar no mérito dos antecedentes que nos levaram a ficar dois anos sem embaixador. Durante esse tempo, nós trabalhamos aqui nesta Comissão; mas, infelizmente, não foi possível. Agora estamos virando a página [...] A nossa Constituição estabelece que asilo político é uma precondição, que move a nossa política externa. E asilo político não tem sido respeitado pelo presidente Evo Morales — afirmou.

Boa vizinhança

Raymundo Santos Rocha Magno recebeu 13 votos favoráveis e nenhum contra. Durante a sabatina, ele defendeu a importância da construção de um bom relacionamento com os países vizinhos, independente da ideologia.

— O Brasil tem um papel preponderante na região e deve desempenhar esse papel para o fortalecimento da integração e do crescimento econômico, com respeito à soberania dos vizinhos e aos princípios democráticos que regem a vida do subcontinente — afirmou.

O indicado falou ainda sobre a fronteira Brasil-Bolívia, que é maior que a dos Estados Unidos e México, e sobre o que pode ser feito para fortalecer o combate ao tráfico de armas e de drogas.

Honduras

Breno da Costa, que recebeu nove votos favoráveis e quatro contrários, deu explicações aos senadores sobre a crise na Guatemala, cujo presidente acaba de renunciar em meio a escândalos de corrupção.

A preocupação de alguns parlamentares, como Ricardo Ferraço (PMDB-ES), é que o clima de instabilidade política se espalhe para outros países da região, como a vizinha Honduras:

— O efeito dominó que isso pode criar é evidente, mas a situação de Honduras não se compara com a da Guatemala, onde a oposição era muito maior e mais forte. A renúncia ou até mesmo um impeachment já era previsível — afirmou o indicado.

O diplomata lembrou que, entre 2009 e 2011, Honduras viveu um período de instabilidade política, com uma crise séria, que resultou na saída do ex-presidente Zelaya do poder.

O país chegou a ser suspenso da OEA [Organização dos Estados Americanos] e a situação só se reverteu em 2011, com o chamado Acordo de Cartagena, quando foram criadas condições para retomar a normalidade da sua situação política explicou.

Influência americana

Breno de Souza também lembrou que a América Central é tida como área de influência do México e dos Estados Unidos e talvez o Brasil não tenha dado atenção devida à região.

Se aprovado, vou atuar para mudar um pouco a situação, mostrando o potencial do Brasil e a importância de uma relação mais próximas com aquelas nações.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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