Educação indígena deve ser federalizada, sugere Telmário

Da Redação e Da Rádio Senado | 31/08/2015, 15h59

O senador Telmário Mota (PDT-RR) sugeriu nesta segunda-feira (31) que a educação dos povos indígenas passe para a responsabilidade do governo federal. Ele contou que seu estado enfrenta hoje uma greve de professores indígenas que poderia até não existir se essa atividade já estivesse federalizada, a exemplo da saúde dos povos indígenas.

Segundo Telmário Mota, em Roraima, por exemplo, existem mais de 300 escolas, sendo mais de 200 delas destinadas à educação indígena, atendendo entre 10 e 15 mil alunos. Já as pouco mais de 100 restantes atendem cerca de 60 mil alunos não indígenas.

Ele contou que existem muitas comunidades indígenas no estado e que cada uma quer ter sua própria escola. E explicou que um estado pequeno, como Roraima, não tem condições de dar a manutenção e a assistência necessárias.  Por isso, a seu ver, a saída é a federalização.

— É preciso federalizar. Agora, federalizar, com responsabilidade. Não se pode fazer como fizeram com a federalização da saúde indígena, que hoje virou um antro de corrupção, de roubalheira. As pessoas até se matam para disputar o tráfego aéreo dessas unidades de saúde, que hoje é um monte de dinheiro que é colocado lá, mas que, no logístico, esse dinheiro não chega para servir de remédio, de médico, enfim.

Crise

Telmário Mota também disse temer que a crise política do país não possa mais ser controlada, prejudicando a democracia e gerando injustiças.

— Às vezes, o afogadilho é muito perigoso. É preciso que a decisão política não venha colocar em cheque toda a estrutura política do país — alertou o senador, ao pedir ao Congresso Nacional tranquilidade em suas decisões.

O senador ainda lembrou a Marcha das Margaridas, realizada no início do mês em Brasília, ressaltando que a marcha tem esse nome em homenagem a  Margarida Maria Alves, assassinada em agosto de 1983 na frente do companheiro e dos filhos.

— Seu único crime foi defender uma sociedade mais justa e igualitária — disse Telmário Mota.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)