Senado recebe visita de um dos pioneiros da hiperfotografia

Da Redação | 21/08/2015, 21h05

Arte, fotografia e tecnologia. Esses são os principais elementos que compõem a técnica de hiperfotografia, da qual o fotógrafo francês Jean-François Rauzier foi um dos pioneiros. Para chegar ao resultado desejado, Rauzier fotografa a mesma cena milhares de vezes, manipula em programas de computador até construir a imagem final. O método reúne entre 600 e 3,4 mil fotos individuais, capturadas num período de até duas horas. Na maioria das vezes, as obras transmitem a sensação de volume ao espectador. Como parte da turnê pelo Brasil, o francês visitou o Senado nesta sexta-feira (21), explicou sobre o processo de trabalho e falou sobre a experiência vivenciada no Parlamento.

— Isso é feito pela fusão de um grande número de fotografias feitas individualmente em uma única hiperfotografia. Além da densidade de informação muito superior a de uma fotografia comum, a hiperfotografia também pode ser o resultado da manipulação de várias imagens, de diversos ângulos, em uma colagem digital — afirmou o profissional.

De acordo com o fotógrafo, a reconstrução do local fotografado permite a visualização de múltiplas perspectivas e pontos de vista reunidos. Ele destaca que o resultado da criação é sempre surpreendente e foge de qualquer tipo de planejamento.

— Meu trabalho não é realizado a priori, ou seja, eu não sei antecipadamente o resultado que obterei de uma dada coleta de imagens. Somente a partir de uma análise de todo o material registrado é que estabeleço o caminho a percorrer — salientou.

Rauzier pontuou ainda que no caso do Senado é importante integrar à obra a ideia de casa solene e de órgão representativo dos estados.

— Além disso, é fundamental levar em consideração o desenho de Niemeyer e o espírito arquitetônico que ele quis imprimir ao Parlamento — afirmou.

O coordenador da Visitação Institucional e de Relacionamento com a Comunidade (Covisita), Aguirre Estorilio, explicou que a visita do renomado profissional, que já fotografou vários lugares do mundo, aconteceu depois de um pedido da Embaixada da França.

— Cada pessoa tem um olhar diferente sobre a obra de Niemeyer. E eu estou muito curioso para ver o resultado das fotos que ele fez — pontuou, ressaltando que o fotógrafo passou pelo Túnel do Tempo, pelo Salão Azul, pelo Salão Negro e pelo Plenário.

Trajetória

A arte sempre esteve presente na trajetória de Rauzier. Ele já foi pintor, escultor e fotógrafo ao longo de três décadas. No entanto, apenas nos últimos 14 anos percebeu que a hiperfotografia era a maneira mais prazerosa de desempenhar seu trabalho. Segundo ele, o processo permite o registro de uma quantidade de detalhes muito superior à fotografia normal.

As hiperfotografias capturadas no Senado farão parte de uma mostra, que deverá ser exibida no Museu Nacional no primeiro semestre de 2016.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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