Eduardo Amorim analisa crise e cita insatisfação da população

Da Redação | 17/07/2015, 10h43

Em discurso nesta sexta-feira (17), o senador Eduardo Amorim (PSC-SE) fez uma análise sobre a crise política e econômica que o Brasil vem enfrentando nos últimos meses e que tem deixado a população cada vez mais insatisfeita.

— O país está passando por uma série crise administrativa, econômica, fiscal e, pior que tudo isso, política, ética e moral — lamentou.

Segundo afirmou, o governo não consegue sair das cordas, tem sido incapaz de lidar com as mazelas, seja por inércia ou incapacidade de gestão e impõe sacrifícios ao povo brasileiro. Com isso, perdeu suporte da população, inclusive de grande parte dos que garantiram a reeleição da presidente Dilma Rousseff ano passado. Os cidadãos perderam poder aquisitivo, emprego e, consequentemente, a paz de espírito, citou.

— Há uma decepção da população, as promessas de um Brasil pujante, crescente, firme e em ascensão se transformaram em uma economia cambaleante, com desemprego e inflação — lamentou.

A inflação deve fechar em mais de 9% em 2015 e a retração do PIB está prevista para mais de 1,9%, por isso, mais chefes de família deverão perder seus postos de trabalho. O parlamentar também condenou a forma como o Executivo vem tentando responder à crise, com arrocho fiscal e corte de benefícios sociais que, apesar de conter os gastos, não é a metodologia adequada. O ideal seria cortar na própria carne, melhorando a qualidade do gasto público. Para piorar, o país vem perdendo credibilidade internacional, com fuga de investimentos estrangeiros, mencionou o senador.

Eduardo Amorim também condenou a contabilidade criativa e as "pedaladas fiscais" praticados pelo Executivo, o que levou o Tribunal de Contas da União a reprovar, pela primeira vez na história, as contas de um presidente da República. E comentou a permanente expectativa que a sociedade alimenta quanto ao futuro da Petrobras, uma das maiores empresas do país e vítima de um esquema que a dilapidou por anos a fio. O parlamentar defendeu a aprovação de uma reforma tributária.

— A crise é uma realidade, e ainda que sejam adotadas medidas corretivas e a gestão seja saneada, somente sentiremos efeitos no médio prazo, e isso gerará insatisfações [no curto prazo] — observou.

Contudo, o senador elogiou as instituições do país, que dão prova de vigor. Ele frisou a importância de sempre buscar soluções constitucionais para os problemas e fortalecer a democracia.

Eduardo Amorim também condenou a prática do “recesso branco”. Para ele, os senadores só deveriam sair de recesso após a aprovação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) pelo plenário do Congresso, o que não ocorreu.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)