Dificuldades financeiras da Petrobras justificam projeto, afirma Adriano Pires

Da Redação | 30/06/2015, 14h54

Com uma dívida equivalente a cinco vezes sua capacidade de geração de caixa, a Petrobras reduziu em 37% sua previsão de investimentos no período de 2015-2019. Os números foram citados pelo diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Adriano Pires, como uma das razões que, a seu ver, justificam o Projeto de Lei do Senado (PLS) 131/2015, do senador José Serra (PSDB-SP). Em consequência, a meta de produção para 2020 foi reduzida de 4,2 bilhões para 2,8 bilhões de barris/dia. O diretor participou de sessão temática realizada nesta terça-feira pelo Senado para discutir o projeto.

Segundo Pires, os números, que estão no plano de negócios da empresa para o período, mostram uma companhia em grave dificuldade financeira, atribuída por ele às “barbeiragens de gestão”, e sem recursos para a exploração do pré-sal. O projeto de Serra revoga a participação obrigatória da estatal no modelo de exploração de partilha de produção. Também acaba com a condicionante da participação mínima da Petrobras de 30% da exploração e produção de petróleo do pré-sal.

O diretor do Cbie afirmou que a dívida da Petrobras cresceu de R$ 106 bilhões em 2009 para os atuais R$ 400 bilhões. Ainda de acordo com ele, “qualquer empresa com uma alavancagem [utilização de recursos de terceiros] correspondente a cinco vezes a geração de caixa é uma empresa tecnicamente falida”.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)