Agraciados com Diploma José Ermírio de Moraes destacam importância do grupo para a economia brasileira

Da Redação | 26/05/2015, 17h13

Os agraciados com o Diploma José Ermírio de Moraes, homenageados nesta terça-feira (26) no Plenário do Senado, celebraram a memória da família criadora do grupo Votorantim, tidos como exemplo de empreendedorismo e perseverança nos negócios. O nome de Antônio Ermírio de Moraes, homenageado in memoriam, foi especialmente celebrado.

Rubens Ermírio de Moraes, que representou o pai, disse sentir falta do empresário, morto em 2014, especialmente agora, neste momento desafiador pelo qual passa o Brasil. Com sua coragem e crença no futuro, opinou, ele estaria de “mangas arregaçadas, gravata torta e paletó amassado trabalhando por país melhor, mais justo e desenvolvido”.

— Meu pai era um nacionalista convicto, acreditava no futuro do nosso País e tinha consciência das grandes necessidades que a nossa sociedade possui — disse.

Segundo Rubens, Antônio Ermírio acreditava na indústria nacional como motor do desenvolvimento, era um inconformado com a injustiça e julgava a educação como o único caminho para o desenvolvimento da sociedade. Segundo Rubens, seu pai se dedicou e engajou até mesmo outros empresários na causa de uma educação de qualidade e gratuita. Ele também mencionou o trabalho social, com a criação do Hospital da Beneficência Portuguesa, que administrou por décadas.

— Gostaria que esta homenagem ao Dr. Antônio Ermírio de Moraes servisse de reflexão sobre o Brasil que desejamos. Que ele nos inspire a trabalhar por um país socialmente mais justo, mais desenvolvido, mais humanizado e mais transparente — declarou.

O senador Fernando Collor (PTB-AL) salientou que o nome de Antonio Ermírio, seu indicado para receber o Diploma, tornou-se sinônimo de empreendedor para a economia brasileira, e poucos cidadãos poderiam receber essa denominação. Ele era um homem que não se acomodava com a realidade, e sempre a aperfeiçoava em busca de um futuro melhor.

— Ele foi um homem à frente de seu tempo, acreditava no poder da inovação como instrumento essencial ao desenvolvimento da sociedade e do país como um todo — disse.

Já o senador Helio José (PSD-DF) afirmou que Antônio Ermírio era um de seus ídolos, e lembrou que é engenheiro, mesma profissão do empresário.

Senado

Albano do Prado Pimentel Franco, de Aracaju (SE), empresário com atuação nos setores têxtil, agroaçucareiro, de refrigerantes, laticínios e comunicações, além de ex-deputado estadual, federal, ex-senador e ex-governador de Sergipe, lembrou que seu pai, Augusto Franco e José Ermírio estiveram no Senado na mesma época, assim como ele próprio e Antônio Ermírio alguns anos depois.

Ele destacou ainda as obras sociais de Antônio, gestor do hospital da Beneficência Portuguesa e de inúmeras outras obras exercidas anonimamente. Seu discurso em Plenário também representou os laureados Carlos Alberto Sicupira e Flavio Rocha, que recebeu a honraria em nome de seu pai, Nevaldo Rocha.

O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), que indicou Albano Franco, afirmou que a sessão faz justiça ao empresariado que tanto contribui para o desenvolvimento do Brasil.

José Agripino, que indicou o empresário Nevaldo Rocha, destacou que ele é exemplo de competitividade, ganhou projeção no plano nacional e internacional – reconhecido até pela Forbes – mas ao mesmo tempo é um exemplo de brasileiro e de amor à terra, que faz questão de investir em seu estado (RN). O senador também destacou as dificuldades enfrentadas por quem se aventura em empreender no país.

— Eu queria cumprimentar todos como heróis da resistência, como representantes, num país capitalista, de geradores de milhares de empregos, que enfrentam a concorrência interna, a concorrência externa e a maior das adversidades que é a inconstância das regras, que talvez seja o seu maior adversário e o seu maior impeditivo no rumo do crescimento — disse Agripino.

Dificuldades

Laureado com o Diploma, o ex-senador João Tenório, engenheiro químico e atuante nas áreas de tecnologia do açúcar e produtividade industrial, ressaltou a dificuldade de empreender no país, especialmente no Norte e Nordeste, regiões abandonadas pelo governo federal e que recorrem ao último instrumento que possuem em busca de investimento e de equalização nacional: a guerra fiscal.

— É inegavelmente difícil ser empresário no Brasil, também em decorrência de uma recorrente ciclotomia fiscal, financeira e política que acontece repetidamente, recorrentemente, em nosso país. Investir aqui, infelizmente, continua sendo um mergulho no escuro — lamentou.

O responsável por sua indicação, o presidente do Senado, Renan Calheiros, disse que o exemplo de João Tenório "orgulha e inspira", e que sua vida engrandece Alagoas.

Armando Monteiro Bisneto, que recebeu o prêmio em nome de seu avô, Armando Monteiro Filho, registrou a honra, para toda a família, de ser agraciado com o Diploma. Ele citou realizações e passagens marcantes da trajetória de Armando Filho, que empreendeu em diversos setores e estados da federação, do Nordeste ao Centro-Oeste, em setores como o sucroalcooleiro, o agropecuário, o bancário (com o Banco Mercantil), o têxtil, o metalúrgico, o de comunicações e o revenda de automóveis, entre outros.

— Apesar dos altos e baixos inerentes à vida de quem empreende - e empreender é acima de tudo ter a coragem de assumir riscos –, meu avô deixou sua marca nesses projetos, muitos ainda hoje ativos — disse.

Ele também se desculpou pela ausência de Armando Filho, recém-operado, e de Armando Neto, que está em missão oficial pelo Ministério do Desenvolvimento, no México.

Para o senador Humberto Costa (PT-PE), responsável pela indicação do empresário, Armando Monteiro Filho, ao longo de décadas de luta no empreendedorismo, marcou de maneira indelével a história política e de desenvolvimento de Pernambuco e do país.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)