Senado aprova voto de censura ao governo da Venezuela por prisão de opositores

Da Redação | 05/05/2015, 20h59

O Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (5) um voto de censura ao governo da Venezuela. O motivo é a prisão arbitrária de políticos opositores ao regime do presidente Nicolás Maduro, ato que viola as cláusulas democráticas do Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático no Mercosul.

O autor do requerimento foi o senador Romero Jucá (PMDB-RR). Ele afirmou que é parceiro da Venezuela e quer o “futuro construtivo” do país vizinho, mas observou que o posicionamento crítico é necessário.

— O Senado toma uma posição de cobrança da democracia na América do Sul. Os opositores têm proteção dos países do Mercosul no que diz respeito ao exercício pleno de qualquer atividade política. Esse é um voto de repúdio pelo descumprimento da liberdade na Venezuela — declarou.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) saudou a posição tomada pelo Plenário e aproveitou para convidar os colegas para a sessão de quinta-feira (7) da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), que receberá esposas de políticos oposicionistas venezuelanos que encontram-se presos. Aécio também disse que o Brasil devia uma manifestação oficial sobre o tema ao continente.

— Estive em Lima (Peru) algumas semanas atrás e lá ficou claro como é sentida a ausência de uma palavra mais forte daquele que é o maior país e a mais sólida economia da nossa região. Políticos e intelectuais de todas as matizes ideológicas cobram das forças democráticas do Brasil um posicionamento claro — disse Aécio Neves.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) considerou a decisão precipitada e criticou o que vê como alinhamento da oposição a políticos de oposição da Venezuela que seriam, em sua opinião, golpistas. Para Lindbergh, “não existe santo nesta história”.

— O governo brasileiro tem tido posições da busca do entendimento, de uma saída política negociada e legal. Temos que ter uma grande preocupação com uma guerra civil no país vizinho. É uma postura equivocada tomar um lado. O lado é o do diálogo. Vamos ter uma postura de equilíbrio — pregou

O líder do governo, senador Delcídio do Amaral (PT-MS), declarou que se absteria de votar, seguindo as posições da diplomacia brasileira em temas dessa natureza.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)