Participantes de sessão solene pedem nome de Marechal Rondon no Livro de Heróis da Pátria

Da Redação | 05/05/2015, 13h59

A inclusão do nome do Marechal Cândido Rondon no Livro dos Heróis da Pátria foi defendida nesta terça-feira (5) por participantes de sessão solene do Congresso Nacional em sua homenagem. A sessão foi realizada no Plenário do Senado para lembrar os 150 anos de nascimento do expedicionário, que dedicou a vida ao desenvolvimento das regiões Norte e Centro-Oeste do país e à defesa das causas indígenas.

A inscrição no livro está prevista no Projeto de Lei 1.037/2015, que tem o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT) como um dos autores. O parlamentar também defendeu a instalação de um busto de Rondon nas dependências do Congresso Nacional.

— Nossos jovens precisam conhecer melhor esse mato-grossense que fez um Brasil diferente. Um homem que fez os brasileiros sonharem com novas vidas. Foi um brasileiro das oportunidades — afirmou.

Opinião semelhante emitiu o senador Wellington Fagundes (PR-MT), que lamentou o fato de Rondon ter uma história de vida reconhecida mundo afora, mas distante de muitos brasileiros, principalmente da juventude.

— A história me assegura dizer que Marechal Cândido Rondon é um dos brasileiros mais ilustres do século 20. Servidor público dedicado, militar patriota e aventureiro, foi um conhecedor formidável do interior do país. Homem de letras e de ciências, amante dos livros, defensor ferrenho do progresso técnico. Acima de tudo, um humanista, amante do seu povo — afirmou.

O general de exército Gerson Garcia de Freitas lembrou que Cândido Rondon é reconhecido internacionalmente e que também deve ser admirado no Brasil. Para ele, é importante que um país cultue seus líderes.

— Toda nação tem os seus líderes. E as nações que não os reconhecem tendem a assimilar isso de estrangeiros, o que leva ao enfraquecimento da cultura e dos valores de um povo. Nós, brasileiros, temos o que aprender com uma figura como Rondon, por qualquer aspecto de sua personalidade [...] Se estivesse em outros países ou em outro hemisfério, certamente seria mais reconhecido — afirmou.

História

A sessão solene foi marcada por relatos históricos da vida do homem que batiza o estado de Rondônia e a cidade de Rondonópolis.

Cândido Mariano da Silva Rondon nasceu em 5 de maio de 1865 na localidade de Mimoso, distrito de Santo Antônio de Leverger, em Mato Grosso. Entrou para o Exército aos 16 anos, onde se formou engenheiro e seguiu longa carreira. Em maio de 1955, quando completou 90 anos, recebeu do Congresso Nacional as insígnias do posto de marechal. Três anos depois morreu no Rio de Janeiro.

Com o lema "Morrer se for preciso, matar nunca", o marechal realizou expedições pelo interior do país, abriu estradas, ajudou a demarcar terras indígenas, catalogou novas espécies e fez levantamentos cartográficos e topográficos. Rondon também era graduado em matemática e em ciências naturais e físicas.

Por seu trabalho de expansão de linhas telegráficas a regiões remotas do país, este 5 de maio é o Dia Nacional das Comunicações, data escolhida em homenagem ao nascimento de Rondon.

O marechal também foi o fundador do Serviço de Proteção aos Índios (SPI), precursor da atual Fundação Nacional do Índio (Funai).

Heróis

O Livro dos Heróis da Pátria encontra-se no Panteão da Liberdade e da Democracia, que fica na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Com laudas de metal, também é chamado de Livro de Aço e, quando alguém tem o nome gravado nele adquire o status de herói nacional. O alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, é o primeiro da lista, seguido por Zumbi dos Palmares e pelo Marechal Deodoro da Fonseca.

Também participaram da sessão solene desta terça-feira os deputados Waldir Maranhão (PP-MA), Professor Victório Galli (PSC-MT) e Jô Moraes (PCdoB-MG); os senadores Marcelo Crivella (PRB-RJ), Acir Gurgacz (PDT-RO) e Valdir Raupp (PMDB-RO); o general de exército Sinclair Neves; o ministro do Superior Tribunal Militar (STM) José Barroso Filho; e o advogado Sebastião Ferreira Leite, representando o município de Santo Antônio de Leverger.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)