Lindbergh elogia postura de Renan sobre projeto de terceirização

Da Redação | 24/04/2015, 14h25

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) elogiou nesta sexta-feira (24) a postura adotada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, quanto à tramitação do projeto que regulamenta a terceirização de trabalhadores (PL 4.330/2004). Ao lembrar que os deputados levaram 12 anos para aprovar a proposta, Renan disse que a matéria terá tramitação normal no Senado, sem a urgência defendida pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

De acordo com Lindbergh, o projeto, se convertido em lei, resultará na dispensa de funcionários contratados pelas empresas e na sua substituição por empresas terceirizadas.

— Quero parabenizar a posição do senador Renan Calheiros e dizer mais: acho que o presidente do Senado teve uma postura altiva de dizer que a matéria vai tramitar como tem que tramitar por esta Casa, passando pelas comissões — opinou Lindbergh.

Para o senador, são inadmissíveis as manifestações de Eduardo Cunha, de que irá retardar o exame de propostas aprovadas pelo Senado, caso os senadores demorarem a votar o projeto.

— Quem o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, pensa que é? Ele manda na Câmara dos Deputados, ele não vai dizer como o processo tem que acontecer aqui no Senado. Quem decide isso é o presidente do Senado, são os senadores — disse.

Lindbergh também citou iniciativa de criação de uma frente suprapartidária no Senado para fazer frente ao que chamou de pauta conservadora, imposta por Eduardo Cunha, que incluiria, além do projeto de terceirização, a redução da maioridade penal e o estatuto da família, entre outros projetos.

— A nossa maior preocupação é o avanço dessa pauta que vem da Câmara e do presidente Eduardo Cunha. O Brasil, com certeza, espera isto: que, daqui do Senado Federal, surja uma nova correlação de forças, para fazer frente a essa maré conservadora que estão tentando nos impor.

Genocídio armênio

Lindbergh Faria também lembrou os 100 anos do genocídio contra o povo armênio, episódio lembrado nos últimos dias por Parlamentos e lideranças de diversos países.

— Essa complexa e triste trajetória, que se soma ao início da Primeira Guerra Mundial, é marcada pela morte de mais de 1,5 milhão de homens, mulheres, crianças e idosos armênios pelo Império Turco-Otomano em 1915.

O senador se solidarizou com descendentes de imigrantes armênios, que chegaram ao país na década de 1920.

— O nosso país tem mais de 40 mil brasileiros e brasileiras de origem armênia, que convivem com uma ferida ainda não cicatrizada, que vem passando de geração para geração — frisou.

Lindbergh condenou o fato de sucessivos governos da Turquia se recusarem a reconhecer o genocídio, preferindo a versão de que se tratou de uma guerra civil.

— Se não houve genocídio, onde estão os outros três quartos, ou cerca de 1,5 milhão de armênios que viviam na região? — questionou, ao elogiar o Papa Francisco, por reconhecer publicamente o genocídio armênio.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)