Corpo de Brossard é cremado em Porto Alegre

Da Redação | 13/04/2015, 09h11

Foi cremado na noite deste domingo (12), em Porto Alegre, o corpo do advogado Paulo Brossard, ex-ministro da Justiça e do Supremo Tribunal Federal, ex-senador e ex-deputado. Familiares, amigos e autoridades se despediram do jurista e político que morreu pela manhã, aos 90 anos, em sua residência na capital gaúcha.

A morte de Paulo Brossard também repercutiu nas redes sociais. Senadores homenagearam o gaúcho de Bagé, que se notabilizou por ser um dos líderes da oposição no Senado durante a ditadura militar e durante o processo de redemocratização do país.

Roberto Requião (PMDB-PR) escreveu: “Brossard foi um dos gigantes da democratização do Brasil. Sua coragem e oratória eletrizavam as plateias”.

José Serra (PSDB-SP) destacou as qualidades de Brossard: “No Senado, foi um valente opositor do regime militar, nos piores anos da repressão. Professor de Direito, era um polemista imbatível. Jurista respeitado, foi um dos melhores ministros que o STF já teve. Sinto orgulho pelo apoio que recebi de Paulo Brossard nas duas eleições presidenciais que disputei”, publicou parlamentar.

A bancada gaúcha no Senado também prestou homenagens ao ex-senador.

— Foi uma das vozes mais vigorosas e corajosas em defesa da democracia e do estado de direito — disse Ana Amélia (PP-RS) em entrevista à Rádio Senado.

Paulo Paim (PT-RS) destacou a capacidade oratória do ex-parlamentar.

— Quando ele falava na tribuna, o Plenário ficava totalmente em silêncio.

Lasier Martins (PDT-RS) registrou que Brossard ocupou posições de destaque nos Três Poderes da República.

— Foi o único homem público do Rio Grande do Sul que atingiu o status de ministro da República, senador e ministro do Supremo Tribunal Federal. Perdemos uma das personalidades das mais ilustres da República — resumiu.

Natural de Bagé (RS), jurista, professor, personagem significativa nos fatos que marcaram a história recente do país, Brossard integrou o antigo MDB e a frente em que se uniram vários parlamentares, em 1984, para levar Tancredo Neves ao poder e restaurar a normalidade democrática.

Brossard foi deputado estadual, federal, senador pelo PMDB, ministro da Justiça no governo de José Sarney e integrou o Supremo Tribunal Federal, onde se aposentou aos 70 anos. Era casado com Lúcia Alves Brossard de Sousa Pinto. Descendente de pecuaristas gaúchos, ingressou na política em 1945, no Partido Libertador. Seu primeiro mandato para o Senado foi obtido em 1974, onde tornou-se líder do MDB e um dos principais combatentes do regime militar.

Em 1977, quando o general Ernesto Geisel, então presidente da República, editou um conjunto de leis conhecido como "pacote de abril", fechando temporariamente o Congresso Nacional,  Brossard passou a chamar o general de "Jurista do Riacho Fundo". Era uma referência à granja do Riacho Fundo, residência oficial onde o governante reunia-se com seus auxiliares para outorgar essas leis.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)