Flexa Ribeiro: servidores pagam rombo de R$ 5,6 bi do Postalis

Da Redação | 01/04/2015, 13h15

O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) afirmou nesta sexta-feira (1º), da tribuna do Senado, que já chegou a R$ 5,6 bilhões o rombo no Postalis, o fundo de previdência complementar dos servidores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. O pior, segundo o parlamentar, é que a partir deste 1º de abril começa a ser cobrada dos funcionários uma contribuição adicional de 25% dos salários para cobrir o rombo pelos próximos 15 anos.

O senador citou investimentos "pouco ortodoxos" do Postalis, como o realizado junto com o Petros, o fundo de pensão da Petrobras, no valor de R$100 milhões, em debêntures lastreadas em matrículas da Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro. Em 2013, no ano em que foi feito o aporte, de acordo com Flexa Ribeiro, a universidade havia fechado as portas, pelo fato de ter sido descredenciada pelo MEC.

A "bomba relógio" do Postalis, ainda conforme o senador, começou a "contagem regressiva" em 2008, quando o governo do então presidente Lula "fez pouco caso" do problema. Somente agora, com as investigações da Operação Lava Jato, é que o senador disse ter entendido o motivo da "displicência" do então presidente. Flexa Ribeiro afirmou terem sido encontrados pela Polícia Federal e-mails do doleiro Alberto Youssef atribuindo relação direta do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, a uma aplicação de R$ 73 milhões dos fundos Petros e Postalis.

O parlamentar citou ainda "várias notícias" sobre a perda de R$ 190 milhões com papéis lastreados em títulos de dívida da Argentina e a compra de notas relacionadas à dívida externa da Venezuela.

— São exemplos de como o dinheiro suado de carteiros e demais colaboradores da ECT vinha sendo utilizado, de forma inclusive, absolutamente irresponsável.

Além disso, de acordo com Flexa Ribeiro, o Ministério Público chegou a pedir ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investigasse junto à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) as circunstâncias da aplicação dos recursos do Postalis em ações do grupo EBX, do empresário Eike Batista.

Em aparte, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que a bancada de seu partido tomou a iniciativa de propor uma CPI para investigar os fundos de pensão. O Postalis, conforme Alvaro, "talvez seja o epicentro desse novo escândalo".

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)