Comissão aprova indicações para embaixadas na Índia e na Malásia

Da Redação | 31/03/2015, 17h28

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou nesta terça-feira (31) as indicações de Carlos Ricardo Martins Ceglia para a embaixada do Brasil na Malásia e no Sultanato de Brunei e de Tovar da Silva Nunes para a embaixada brasileira na Índia e no Reino do Butão. Os nomes têm ainda que passar por votação no Plenário do Senado.

O maior desafio das relações diplomáticas entre o Brasil e a Índia está na área comercial. Foi o que defendeu o diplomata Tovar da Silva Nunes durante sabatina na CRE. Ele informou que o comércio entre os dois países tem crescido bastante ao longo dos últimos anos. Passou de US$ 400 milhões em 2000 para U$ 11,4 bilhões em 2014, mas ainda está aquém das possibilidades. Além disso, a balança é desfavorável ao Brasil.

— Foi uma evolução significativa, porém apresenta um desequilíbrio muito grande na parte dos produtos que são exportados pelo Brasil e os que são importados — esclareceu.

O indicado para a embaixada brasileira na Índia também apresentou números sobre aquele país. Trata-se, segundo ele, da “maior democracia do planeta”. São de 814,5 milhões de eleitores. Naquela nação nasceram cinco vencedores de Prêmio Nobel. O país cresceu mais do que a China no último ano. Enquanto o produto interno bruto (PIB) chinês teve em 2014 uma expansão de 7,35%, o da Índia registrou uma variação positiva de 7,5%.

Em oposição aos bons resultados econômicos, a Índia sofre com sérios problemas de saúde e de saneamento básico. Segundo Tovar da Silva Nunes, a cada dia 1,6 mil pessoas morrem por falta de água limpa e 63 milhões são vítimas de doenças não contagiosas, como câncer e hipertensão.

Tovar da Silva Nunes é ministro de primeira classe do Itamaraty. A última função exercida na carreira de diplomata foi a chefia de gabinete do ministro das Relações Exteriores, entre 2013 a 2015.

O senador Lasier Martins (PDT-RS) sugeriu que, uma vez à frente da embaixada na índia, Tovar da Silva Nunes passe ao Brasil informações sobre os avanços indianos em tecnologia de informação. O parlamentar lamentou, porém, que a Índia esteja para tomar do Brasil o posto de sétima maior economia mundial.

— Pelo que estão dizendo os analistas econômicos, a Índia passará a ser sétimo e nos jogará para oitavo lugar.

Malásia

A exportação de carne de frango pode ser um importante nicho de negócio para o Brasil na Malásia, segundo o diplomata Carlos Ricardo Martins Ceglia. Ele explicou que a Malásia tem uma das regulamentações mais restritas na área de importação de bens de consumo para os muçulmanos.

— Uma vez que se garanta a entrada desse tipo de bens na Malásia, abre-se mercado para cerca de 1 bilhão de pessoas e não apenas naquele país, mas na Indonésia, Paquistão, Índia e Bangladesh — afirmou Carlos Ricardo, que é ministro de primeira classe do Itamaraty.

O diplomata, que dirige o Departamento do Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, também enfatizou que a palavra que melhor define a Malásia é “ambição”. Segundo Carlos Ricardo Martins Ceglia, o crescimento médio anual do país é de 6,5%. O país é a 28ª economia do planeta, com uma inflação anual inferior a 3%.

Venezuela

A CRE também decidiu que fará uma audiência pública para debater a situação política na Venezuela. A audiência, sugerida pelo presidente da comissão, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), deve ter a participação das esposas de dois presos políticos na Venezuela — Antônio Ledezma e Leopoldo López.

Lilian Tintori de Lopez e Mitzy Capriles de Ledezma relatam violações de direitos humanos e as prisões dos dois oposicionistas.

— Trata-se, sem dúvida, de assunto da maior relevância, sobre cujo debate esta comissão não pode declinar, pela importância de sua atribuição regimental e competência nesta Casa, o Senado Federal — justificou Aloysio.

Ainda sobre a Venezuela, a CRE aprovou um requerimento apresentado pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que pede uma audiência pública com Luis Duran, Desiree Cabrera e Nairoby Olivera. A ideia é que eles possam expor a situação das vítimas das chamandas “guarimbas”, na Venezuela. Guarimbas são barricadas feitas por manifestantes em centros urbanos.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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