Paim lamenta persistência da discriminação racial

Da Redação | 27/03/2015, 10h54

No dia 21 de março de 1960, na cidade de Joanesburgo, capital da África do Sul, 20 mil negros protestavam contra a lei do passe do Apartheid, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular. Ainda que conduzida em paz, a manifestação foi duramente reprimida pelo exército. Ao todo 69 pessoas foram mortas; outras 186 ficaram feridas.

Em memória à tragédia, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. O episódio conhecido como Massacre de Sharperville foi lembrado nesta sexta-feira (27) pelo senador Paulo Paim (PT-RS), ao lamentar a persistência do preconceito mundo afora.

— Infelizmente, ainda, senhoras e senhores, persistem odiosas discriminações baseadas na idade, na cor da pele, na etnia e na origem das pessoas disse.

Paulo Paim observou que a discriminação é uma duas das principais causas por busca de refúgio no mundo e também de guerras. De acordo com dados apresentados pelo senador, 80% dos refugiados acolhidos pelo Brasil deixaram seus países fugindo do preconceito e da intolerância.

Em seu pronunciamento, o senador registrou avanços na inserção de negros e pardos nas universidades graças a política de cotas raciais, mas ponderou que as desigualdades no mercado de trabalho e em cargos considerados elevados na sociedade ainda não foram superadas. Uma evidência disso, conforme Paim, está na própria composição do Congresso Nacional.

Basta olhar este Plenário ou o da Câmara dos Deputados para ver quantos que estão aqui que não sofrem preconceito de uma forma ou de outra assinalou Paim ao registrar que apenas 5% dos 513 deputados e 2% dos 81 senadores se autodeclaram negros e pardos.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)