Blairo Maggi recomenda paciência nas negociações com caminhoneiros

Da Redação | 02/03/2015, 19h20

O senador Blairo Maggi (PR-MT) recebeu nesta segunda (2) representantes de caminhoneiros dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Após ouvir reivindicações que ainda não foram contempladas em acordos já firmados com o governo federal, ele esclareceu que o movimento está muito fracionado, com diferentes lideranças e pautas. Diante do quadro, recomendou cautela e calma ao Poder Executivo.

— Temos que ter muita paciência e chamar esses movimentos separados dentro do movimento de transporte e conversar com cada um — sugeriu.

O grupo recebido por Blairo defende, entre outros pontos, a redução do PIS/Cofins sobre o óleo diesel. Quer ainda que em 60 dias seja criada uma tabela de preço mínimo para o frete, com reajuste sempre que houver aumento de 5% nos custos. Outra reivindicação é o perdão das multas e notificações aplicadas aos motoristas durante a paralisação.

Motorista no Rio Grande do Sul, Márcio José Corrêa, do município de Alpestre, disse que a região já sofre bastante por conta dos caminhões parados. Ele contou que falta combustível e as mercadorias começam a rarear nas lojas. Para o motorista, as reivindicações da categoria não foram atendidas, principalmente no que diz respeito aos valores dos fretes.

— A gente parou porque não dava mais. Não tínhamos mais margem de lucro. A nossa categoria está pagando para trabalhar. O combustível subiu. O frete baixou do ano passado para cá e nós estamos no zero, no negativo — protesto.

A mesma explicação para a continuidade do movimento apresentou o representante dos empresários do setor de cargas e dos caminhoneiros autônomos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Gilson Baitaca. Ele assegurou que as paralisações não foram provocadas por associações ou sindicatos.

— Nós paramos porque o setor de transportes está inviabilizado. O setor de transporte está em decadência já há um período e chegou ao fundo do poço. Nós paramos porque não há mais condições — afimou.

Os representantes que estiveram no Sendo se reuniriam com o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, no início da noite. Blairo Maggi disse esperar que as negociações cheguem a um bom termo o quanto antes.

— O governo está aberto para conversar com todos os segmentos para entender as diferenças. O prejuízo para o Brasil é muito grande. A preocupação é que o almoço do domingo que vem está em cima da carroceria de um caminhão. Se um acordo não chegar, poderemos não ter esse almoço.

Um grupo de senadores —  Blairo Maggi, Lúcia Vânia (PSDB-GO), Waldemir Moka (PMDB-MS) e Elmano Férrer (PTB-PI) — representa o Senado nas negociações com os caminhoneiros. O senador José Medeiros (PPS-MT) também participou da reunião desta segunda-feira.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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