Luiz Henrique pede gabinete de crise para questão do bloqueio das estradas

Da Redação | 27/02/2015, 11h49

O senador Luiz Henrique (PMDB-SC) fez apelo à presidente Dilma Rousseff para que ela constitua um gabinete com objetivo de buscar solução definitiva para a crise aberta pelo movimento dos caminhoneiros. Um dos ministros poderia ser escolhido para coordenar o processo, sugere o senador.

Luiz Henrique citou a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, como um nome para a coordenação do gabinete. Ele acredita que assim as negociações poderão prosseguir para se chegar a um bom entendimento entre caminhoneiros, empresas e governo.

Outro apelo foi dirigido aos caminhoneiros que ainda estão bloqueando estradas, eles próprios sofrendo prejuízos, conforme assinalou o senador. Luiz Henrique lembrou à categoria que os danos hoje são generalizados, pois alcançam as empresas, que não podem produzir nem vender seus produtos, assim como todos os brasileiros, que enfrentam o desabastecimento e preços mais altos, além de dificuldade de circulação inclusive pela falta de combustíveis.

— Por isso, quero fazer um apelo aos caminhoneiros, que já demonstraram um poder extraordinário de mobilização, um poder extraordinário de coesão e de força, para que sustem todo e qualquer bloqueio que ainda exista nas estradas brasileiras, para que essa negociação se efetive em atos e para que, continuando a rodada de negociações, nós possamos obter uma normalização total e absoluta nesse caso — pediu o senador.

Caso chileno

Ele salientou que os caminhoneiros são “o elo entre a produção, a distribuição e o consumo”. Observou que, em suas atividades, os profissionais enfrentam toda sorte de obstáculos: longas jornadas por estradas esburacadas, motoristas imprudentes e a “bandidagem” nas estradas.

Ponderou, contudo, que os custos de um movimento desse porte acabam sendo muito elevados para todas as partes. O senador lembrou do movimento de caminhoneiros que paralisou o Chile, nos anos 70, precedendo a tomada de poder pelos militares comandados pelo general Pinochet. E ressaltou que aquela greve foi a explicação adotada pelos militares chilenos para tomar o poder.

Luiz Henrique também registrou que desde o início se mostrou preocupado com o movimento. Por isso, juntamente com o primeiro-vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), que compartilhava a mesma apreensão, procurou tratar do assunto com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Conforme assinalou, os dois solicitaram de modo “veemente” que o governo colocasse à mesa de negociação representantes dos caminhoneiros e de empresários.

O senador disse que o ministro foi ágil e articulou a reunião divulgada pela imprensa, apesar da dificuldade que o governo teve de identificar interlocutores entre os caminhoneiros. Sua expectativa é de que as negociações prossigam, tendo em vista uma rápida solução para a crise.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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