Donizeti Nogueira questiona rebaixamento da classificação de risco da Petrobras

Da Redação e Da Rádio Senado | 26/02/2015, 15h12

O senador Donizeti Nogueira (PT-TO) afirmou que a crise que envolve a Petrobras não está relacionada às denúncias de irregularidades, mas ao cenário internacional do setor petrolífero. Por isso, o anúncio da Agência Moody’s de rebaixar a classificação de risco da estatal, amparada em denúncias, esconderia, na verdade, outros interesses, afirmou.

Para Donizeti, o rebaixamento enfraquece e desvaloriza a empresa e dá fôlego a ideias de mudança no papel da Petrobras na sociedade brasileira. Ele citou dados de companhias de petróleo de outros países para comprovar que a redução dos investimentos, as quedas no lucro e a desvalorização das ações não são exclusividade da Petrobras.

As ações da empresa colombiana de petróleo, por exemplo, desvalorizaram 43% em 2014 e os investimentos previstos para 2015 tiveram cortes de 25%, observou.

A Shell experimentou queda no lucro líquido de US$ 1,2 bilhão em 2014 e os cortes no investimento para este ano chegaram a US$ 15 bilhões.

A francesa Total deve cortar em 10% os gastos de capital previstos para 2015 e a segunda maior petrolífera da Rússia também deve reduzir em 10% os investimentos neste ano, acrescentou.

Os cortes nos investimentos e a redução dos lucros também afetam as empresas que prestam serviços para as petroleiras, disse o senador, ao lembrar que processo semelhante ocorre com a Petrobras.

Donizeti Nogueira explicou também que a redução do preço do petróleo no mercado mundial tem uma razão: os países que exploram o produto de forma convencional diminuíram o valor para tentar inviabilizar a técnica adotada pelos Estados Unidos e Canadá de produzir gás natural e petróleo a partir do xisto betuminoso.

Com a queda no preço, a tendência é que alguns países, como a China, aproveitem o momento para recuperar o crescimento econômico. Diante disso, num futuro próximo, os mercados devem reagir, disse.

— Duas outras agências de classificação de riscos, a Fitch e a Standard & Poor’s, mantêm seu grau de investimento da empresa. O ministro [da Fazenda] Joaquim Levy tem ressaltado que a Petrobras voltou a produzir mais de 2 milhões de barris de petróleo por dia, um terço dos quais já estão sendo retirados do pré-sal. Do ponto de vista estritamente produtivo, não existe crise.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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