Grupo de senadores deve ir à Venezuela acompanhar crise no país

Da Redação | 25/02/2015, 17h01

Uma comitiva de senadores deve ir à Venezuela nas próximas semanas com o objetivo de acompanhar a situação do país. O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) anunciou nesta quarta-feira (25) em Plenário a apresentação de um requerimento à Mesa pedindo a criação de uma comissão externa do Senado para esse fim.

De acordo com Ferraço, o grupo vai “verificar in loco a situação da Venezuela”, dialogando com membros do parlamento daquele país, da sociedade civil e da oposição. Além da recente prisão do prefeito de Caracas, o oposicionista Antonio Ledezma, houve na terça-feira (24) a morte de um jovem de 14 anos durante uma manifestação contra o governo de Nicolás Maduro.

— Invoco, como justificativa e sustentação no meu requerimento, as cláusulas democráticas que constam no Protocolo de Ushuaia, que define, no caso de ruptura da ordem democrática em um Estado-parte do Mercosul, que os demais Estados-parte promovam as consultas pertinentes entre si e com o Estado afetado — disse Ferraço.

O anunciou de Ferraço ocorreu durante discurso do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que já foi indicado como próximo presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). No início do pronunciamento, Aloysio manifestou sua “preocupação com a situação da Venezuela, com o agravamento das tensões e, sobretudo, com a escalada de violência perpetrada pelo governo chavista de Nicolás Maduro”.

Ana Amélia (PP-RS) associou-se às preocupações dos colegas em relação à Venezuela.

— O que tememos é o risco de um agravamento das tensões e do endurecimento de um regime que já é forte, tornando-se mais ditatorial e mais opressor ainda, sufocando de vez as oposições, inclusive matando se for preciso, como está acontecendo agora. Lamentavelmente, o sangue corre na Venezuela e nós aqui não tomamos nenhuma atitude — disse Ana Amélia.

Os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA) acompanharam as críticas e disseram que o governo brasileiro está sendo omisso e negligente nesse caso. Para Cristovam, “a democracia está desaparecendo” no país vizinho. Já Flexa afirmou que o governo Maduro “está caindo de podre”.

Na avaliação de Ferraço, a “chamada tolerância ou paciência estratégica” do governo federal em relação ao respeito aos direitos humanos na Venezuela é irresponsável.

Os cinco senadores também cobraram do governo brasileiro um posicionamento mais firme frente à crise venezuelana.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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