Senado potencializa uso das mídias sociais

André Falcão | 16/01/2015, 17h14

O uso de mídias sociais como o Facebook e o Twitter no Senado passou a ter a supervisão da Secretaria de Comunicação Social da Casa (Secom). A decisão é uma recomendação do relatório do Grupo de Trabalho para Análise do Uso de Mídias Sociais,  instituído pela Diretoria-Geral em novembro de 2013. O diretor da Secom, Davi Emerich, explica que o acompanhamento das mídias sociais pela comunicação não tem o sentido de unificar e sim de potencializar o uso.

— O objetivo é que as mídias sociais possam trazer o melhor resultado possível na divulgação de informações e na oferta de transparência e que promovam mecanismos de interação para a integração de servidores da Casa.  Isso tudo em um cenário em que o papel impresso cada vez mais perde espaço em todas as áreas — diz Emerich.

Para o diretor, as mídias sociais passaram a ser uma estrutura própria de comunicação, mas não se caracterizam como veículo, a exemplo de um jornal ou emissora de TV. A única coisa que as unifica, diz, é a plataforma da internet.

— A força das mídias sociais vem do autonomismo das ferramentas, ou seja, da capacidade de se produzir e publicar conteúdos a partir de um simples computador conectado à internet —argumenta.

Segundo Emerich,  as mídias sociais nasceram nos espaços das estruturas tradicionais, cresceram e estão em fase de consolidação, mas esse processo não foi isento de erros. Ele complementa afirmando que as mídias sociais não são um privilégio da comunicação. Muitas unidades do Senado operam redes sociais e não é possível unificar tudo em uma só conta.

— A decisão administrativa foi tomada  à luz da realidade histórica, não se pode enquadrá-la. Passaremos a ter um núcleo, com a devida expertise, que possa supervisionar o uso. As mídias sociais são um fenômeno de comunicação modelada pelo senso comum e, portanto, muito erráticas. A supervisão por especialistas de comunicação ajudará a dar direção — conclui.

A importância das redes sociais cresceu com as manifestações de junho de 2013 no Brasil, que foram organizadas por intermédio do Facebook. O Senado Federal, até novembro de 2013, tinha 12 perfis no Facebook, 14 no Twitter, 9 no YouTube e 10 em outras mídias.

Maiores perfis

A Agência Senado está presente nas redes sociais desde 2009 e hoje administra os perfis com o maior número de seguidores no Senado. Silvia Gomide Gurgel, coordenadora de mídias sociais da Agência, conta que o trabalho se iniciou com o Twitter em maio de 2009 e a conta da Agência tem hoje 145 mil seguidores.  No Facebook, já há 287 mil leitores.

Os números são significativos. Na semana de maior desempenho,  o perfil da Agência no Facebook conseguiu um alcance de 18 milhões de pessoas diferentes que viram seu conteúdo. Foi quando se publicou o post lembrando que, no Brasil, é crime o preconceito contra pessoas também em função do local de nascimento. A publicação foi feita em meio à polêmica nas redes sociais após o resultado das eleições presidenciais de 2014. Análises iniciais, que atribuíam ao eleitorado nordestino a vitória da presidente da República, Dilma Rousseff, haviam sido seguidas de manifestações preconceituosas. Já o post sobre meia-entrada para professores foi o que teve maior alcance individual, atingindo cerca de 5,8 milhões de pessoas.

Hoje, as principais redes sociais onde o Senado atua são o Facebook e o Twitter. O Senado também está presente no Instagram, no Pinterest, no YouTube e no Flickr. Na rede Flickr, dedicada ao compartilhamento de fotos, são oferecidas as imagens produzidas pelos fotógrafos da Agência. Há cerca de 40 mil fotos disponíveis para uso sob a licença creative commons e para usá-las exige-se apenas a menção à fonte e ao fotógrafo.

A equipe de mídias sociais da Agência Senado é formada por profissionais de comunicação. A principal fonte de conteúdos é o próprio portal de notícias do Senado. O trabalho da equipe é adaptar o conteúdo à linguagem de cada rede social. Entre as matérias publicadas, são priorizadas as reportagens sobre projetos aprovados pelo Plenário ou pelas comissões em caráter definitivo, ou seja, os temas que estão mais próximas de se tornar lei.

A redes sociais  também abordam os debates com grande repercussão social ou interesse jornalístico, a exemplo das recentes discussões sobre a legalização do uso recreacional e medicinal da maconha.

Silvia explica que a política de uso, que estabelece critérios para a interação do público, está sob permanente avaliação, para que se valorize o direito à livre expressão e ao mesmo tempo se mantenha a civilidade no debate.

Outro destaque das mídias sociais do Senado é o canal da TV Senado no YouTube, que já conta com 12 mil inscritos. Lá, o internauta pode encontrar cerca de 40 mil vídeos, entre eles alguns de grande valor histórico.  Estão disponíveis todos os discursos dos senadores em Plenário, trechos das reuniões de comissões temáticas, a produção jornalística da TV, entrevistas, além de programas especiais sobre temas como economia, história e cultura.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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