Conselho escolhe seis mulheres para receber Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz

Da Redação | 18/12/2014, 12h59

Em reunião na terça-feira (16), o Conselho do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, composto por 15 membros e presidido pela senadora Ângela Portela (PT-RR), escolheu, de forma inédita, seis mulheres para serem agraciadas com o prêmio.

Diante do empate na votação para a escolha das cinco homenageadas, decidiu-se abrir uma exceção e contemplar uma candidatura a mais. Em 8 de março de 2015, a comenda será entregue a personalidades femininas que se destacaram na luta pelos direitos da mulher. São elas: Carmen Lúcia Antunes Rocha, Clara Araújo, Mary Garcia Castro, Ivanilda Pinheiro Salucci, Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha e Creuza Maria Oliveira.

A procuradora da Mulher no Senado e integrante do conselho, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), considerou difícil a escolha entre os 16 nomes apresentados por entidades da sociedade civil. Segundo ela, todas possuem mérito por terem se dedicado com coragem e determinação à defesa da igualdade entre homens e mulheres.

Segundo a senadora, está em tramitação no Senado projeto de sua autoria que permite também aos homens serem agraciados com o prêmio. A proposta foi aprovada nesta semana pela Comissão de Educação (CE) do Senado e encaminhada à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) para em seguida ser apreciada no Plenário da Casa.

Ao defender a proposta, Vanessa Grazziotin chama a atenção para a "construção de um novo paradigma para as relações de gênero, com base na superação da oposição entre o masculino e o feminino e na consolidação de um modelo fundado em valores como harmonia, parceria e solidariedade no caminho da emancipação social".

O Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz foi criado pelo Senado Federal em 2001 e premiou até hoje 70 mulheres, entre elas a ex-senadora Emilia Fernandes, a feminista Rosemarie Muraro e a presidente Dilma Rousseff.

Conheça as ganhadoras da edição 2015:

Creuza Maria Oliveira, nascida na Bahia, é presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas e começou a trabalhar aos 10 anos, quando o trabalho infantil ainda era tolerado. Somente aos 21 anos teve sua carteira assinada, recebeu seu primeiro salário e começou a ser alfabetizada.

Cármem Lúcia Antunes Rocha é ministra do Supremo Tribunal Federal. Mineira, é ainda escritora e doutora em direito do Estado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Também foi procuradora do Estado de Minas Gerais e Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Clara Araújo foi a primeira mulher a presidir a União Nacional dos Estudantes (UNE) em 1982, é graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e foi uma das fundadoras da União Brasileira de Mulheres (UBM).

Mary Castro é pesquisadora de temas relacionados a direitos humanos de mulheres e jovens na América Latina.  Doutora em sociologia pela University of Florida, publicou vários livros relacionados a temas de gênero, movimentos sociais, identidades e cidadania. Devido à ditadura militar teve que sair do país. Como professora universitária aposentada ministra palestras para formação de lideranças feministas em todo o Brasil.

Maria Elizabeth Teixeira é a primeira ministra empossada presidente do Superior Tribunal Militar, para o biênio 2013/2015. Bacharel em Direito pela PUC/Minas, foi procuradora federal da Advocacia Geral da União (AGU).

Ivanilda Pinheiro Salucci é educadora social, ajudou a fundar o Fórum dos Direitos da Criança e do Adolescente de Roraima e atualmente trabalha com crianças e suas famílias em área de risco na cidade de Boa Vista (RR). É membro do Conselho Municipal dos Direitos da e do Adolescente e compõe o Comitê Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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