Suplicy comemora retomada das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba

Guilherme Oliveira | 17/12/2014, 16h19

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) registrou, na tarde desta quarta-feira (17), a divulgação, pelos principais veículos de comunicação do mundo, da notícia de que os governos de Cuba e dos Estados Unidos negociam uma reaproximação diplomática. Emocionado, Suplicy afirmou que o fato é “de extraordinária importância”.

— Muitas foram as ocasiões em que eu falei da importância de acabar com os mais de 50 anos de embargo dos EUA em relação a Cuba. Isso vai significar uma melhoria notável das relações entre todos os países das Américas. Trata-se de uma notícia alvissareira — celebrou.

Suplicy observou que, nos últimos anos, passos importantes foram dados pelos dois países no sentido de criar uma abertura para diálogo. Ele citou medidas como a flexibilização às restrições do governo cubano para que seus cidadãos viajem para o exterior e a visita de médicos e sanitaristas americanos ao país.

O senador também falou da visita da blogueira cubana Yoani Sánchez ao Brasil, em 2013, quando ela esteve no Congresso Nacional e criticou abertamente o regime cubano. Sánchez conseguiu um visto para viagens internacionais depois de anos impedida de deixar Cuba, e Suplicy foi um dos fiadores de sua vinda ao país.

O senador Jorge Viana (PT-AC), que presidia a sessão no momento, mostrou-se satisfeito com o fato de a notícia ter chegado ao Senado através de Suplicy, que abordou a questão ao longo de seus mandatos. Viana também afirmou que o fato tem uma “simbologia enorme”.

— É uma grande mensagem que os presidentes mandam para o mundo, de que é possível manter diferenças mas estabelecer relações que estão na essência da humanidade — analisou.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) acompanhou a manifestação dos colegas. Ela disse que a decisão é um “passo importante rumo ao bom relacionamento dos povos”.

Vanessa Grazziotin é membro do Grupo Parlamentar de Amizade Brasil-Cuba e sugeriu que o colegiado organize atividades relacionadas à reaproximação diplomática entre Estados Unidos e Cuba.

Soberania

A retomada das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos, para o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), significa garantir o direito dos povos à sua soberania. No caso de Cuba, acrescentou, representa garantir o projeto de desenvolvimento do país. Ele também destacou a influência da decisão para a região.

—  É muitíssimo importante para o cenário político da América Latina e para o mundo. O nosso país, nos últimos  quase 30 anos, desde a retomada democrática no Brasil,  tem atuado no sentido de contribuir com aquela pequena nação caribenha — afirmou.

Segundo os senadores, o Papa Francisco teve um papel fundamental na reaproximação Cuba-Estados Unidos. Lindberg Farias (PT-RJ) afirmou que foram 18 meses de negociações secretas e que a última reunião sobre o assunto aconteceu no Vaticano.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) advertiu que, segundo a mídia, ainda não é o fim do bloqueio econômico norte-americano a Cuba. Trata-se do reatamento das relações diplomáticas entre os dois países mas isso, para o senador, já é extrema importância.

— Nós não poderíamos deixar de registrar, e vou denominar assim, o gol de placa do Papa Francisco, essa liderança global que tem conciliado líderes mundiais, que tem cumprido um papel de protagonista mundial da paz e da conciliação pelos mais pobres — elogiou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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