CPI recebe explicações de Sérgio Moro sobre participação de políticos na Operação Lava Jato

Da Redação | 26/11/2014, 16h57

O juiz federal Sérgio Moro comunicou oficialmente à CPI Mista da Petrobras, nesta quarta-feira (26), ser fantasiosa a argumentação que ele estaria ocultando os nomes de políticos que poderiam ter participado de crimes de corrupção na Petrobras. Responsável pelo processo da Operação Lava Jato em primeira instância, esclareceu que o processo não envolve o crime de corrupção de agentes políticos, mas de crimes envolvendo licitações, lavagem de dinheiro e corrupção praticada na Petrobras.

— Se o dinheiro supostamente desviado da Petrobras foi, depois de lavado, usado para pagar vantagem indevida a agentes políticos, trata-se de outro crime que não é objeto deste feito — esclareceu o juiz.

O magistrado explicou ainda que os eventuais crimes de corrupção envolvendo políticos são de competência do Supremo Tribunal Federal, “que já dispõe de provas pertinentes da colaboração premiada”. Sérgio Moro recordou também que quaisquer informações sobre os depoimentos prestados pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e pelo doleiro Alberto Youssef, em caráter de delação premiada, devem ser solicitadas à Procuradoria Geral da República (PGR) e ao Supremo Tribunal Federal (STF), uma vez que ele não está com esse material.

— Se aquela Suprema Corte decidiu por manter sigilo, por ora, daquelas provas, não caberia a este Juízo violar a autoridade do Supremo permitindo que o nome dos supostos agentes políticos fosse, em audiência perante este Juízo, revelado —  afirmou Sérgio Moro.

Mandado de segurança

O ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso negou na semana passada o acesso da CPI mista da Petrobras aos depoimentos de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef.

Barroso Justificou que a divulgação dos dados neste momento poderia comprometer o sucesso das investigações. A assessoria de imprensa do presidente da CPI mista da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), informou que o parlamentar ainda não decidiu se vai apresentar recurso contra essa sentença ao Pleno do STF.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)