Figueiró cobra explicações sobre pagamento extra por gás boliviano

Da Redação | 31/10/2014, 10h41

O senador Ruben Figueiró (PSDB-MS) pediu nesta sexta-feira (31) explicações à Petrobras e ao Ministério de Minas e Energia sobre o pagamento à Bolívia, em setembro, de US$ 434 milhões, sem previsão contratual, pelo fornecimento de gás com componentes nobres que não são utilizados no Brasil.

O "extra", calculado de maneira retroativa compreendendo o período entre 2008 e 2013, foi pago em setembro pela estatal e seria uma forma de atender a um antigo pedido do presidente Evo Morales. O governo boliviano argumenta que o chamado “gás rico” apresenta uma composição química diferenciada, capaz de gerar mais energia.

Mas, segundo Figueiró, esses componentes não têm utilidade para a estatal brasileira, por não haver ao longo do gasoduto Brasil-Bolívia uma planta separadora dos produtos. Além disso, argumenta o senador, o pagamento por esses componentes não estava previsto no contrato e não deveria ser feito de forma retroativa.

- Estranho essa esdrúxula decisão da direção da Petrobras de pagar à estatal boliviana de petróleo e gás valores acima dos contratos firmados - criticou.

O Tribunal de Contas da União (TCU) já anunciou que fará uma auditoria nos contratos, que deve ser concluída em 120 dias. A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE), por sua vez, convidou a presidente da Petrobras, Graça Foster, para prestar esclarecimentos sobre o pagamento.

- Há aí mais um imbróglio envolvendo a Petrobras. Há algo que cheira mal nessa tubulação do gasoduto – disse Figueiró.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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