Brasil precisa agregar mais valor aos seus produtos, alerta Casildo Maldaner

Da Redação e Da Rádio Senado | 30/10/2014, 17h25

O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) chamou atenção para a necessidade de o Brasil agregar mais valor aos seus produtos e deixar de ser somente um produtor de commodities — produto primário com grande participação no comércio internacional, como café, algodão, minério de ferro, entre outros. Para o senador, a questão abrange todos os setores produtivos, da mineração à agropecuária.

E, segundo o parlamentar, a produção de queijo serrano artesanal, típico da Região Sul, é um exemplo do avanço que pode ser obtido. Ele contou que desde o Século 18 esse tipo de queijo é produzido em propriedades rurais por cerca de 3.500 famílias catarinenses e gaúchas, a maioria para consumo próprio.

O queijo serrano é feito do leite cru, não pasteurizado, de vacas campeiras ou crioulas, que se alimentam de pastagens naturais, o que garante consistência e características únicas. Os produtores agora buscam a certificação da qualidade do produto para comercialização.

— Além de propiciar a qualificação da produção e elevar os ganhos ao produtor, esse processo contribui de forma decisiva para o fortalecimento da agricultura familiar e a fixação do homem  no campo — ressaltou o senador.

Outro produto destacado por Casildo Maldaner é a maça. Ele contou que, de acordo com especialistas, São Joaquim, na Serra Catarinense, está produzindo a melhor maçã fuji do mundo. A produção nacional já ultrapassa a 1,3 milhão de toneladas, com exportações que devem chegar a 120 mil toneladas, das quais 84 mil apenas para o mercado europeu. A produção catarinense representa aproximadamente 60% da nacional.

De acordo com o senador, há pouco mais de meio século, o Brasil nem sequer imaginava ser possível produzir maçãs de qualidade em seu território e toda a oferta existente era oriunda de outros países, especialmente Argentina e Chile.

— Tal transformação é resultado de muitos anos de estudos, pesquisas e trabalho, envolvendo empresários, produtores e a participação vital do poder público, através de seus centros de desenvolvimento agropecuário, no caso catarinense, a Epagri — explicou.

Casildo acrescentou que os produtores estão tentando uma certificação geográfica que fará a maçã ser reconhecida mundialmente. Ele ainda ressaltou que a vitivinicultura trilha o mesmo caminho.

— Os vinhos da serra catarinense, como também nós temos a serra do Rio Grande do Sul dotados de um terroir, ou seja, um conjunto de características geográficas, climáticas, e método produtivo, que alcançam altos patamares de qualidade. Além do reconhecimento nacional e internacional já obtido, os produtores buscam uma espécie de denominação de origem controlada, como ocorre com produtos tradicionais europeus, como a champagne francesa, por exemplo — esclareceu o senador.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)