CPI Mista ouve diretor de Abastecimento da Petrobras dia 22

Da Redação | 17/10/2014, 17h45

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Petrobras ouve quarta-feira (22), às 14h30, o diretor de Abastecimento da estatal, José Carlos Cosenza, que assumiu o posto no lugar de Paulo Roberto Costa, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. O depoimento ocorre em razão de dois requerimentos, apresentados pelo deputado Rubens Bueno (PPS-PR) e pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) e subscritos pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR) e outros.

Bueno explica que Cosenza deve prestar esclarecimentos sobre revelações feitas pela imprensa envolvendo menções a seu nome e o ligando a condutas consideradas criminosas praticadas pelo doleiro Alberto Youssef (preso sob acusação de prática de crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa), por Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras) e pelo deputado Luiz Argôlo (SD-BA) — alvo de duas representações no Conselho de Ética da Câmara por quebra do decoro parlamentar em virtude de seu envolvimento com Youssef.

Em seu requerimento, Carlos Sampaio destaca a demissão recente de vários executivos da Diretoria de Abastecimento da Petrobras, e afirma que Cosenza, que ocupa o cargo no lugar de Paulo Roberto, “por indicação do PMDB, não caiu”. Registra ainda que o ex-diretor tentou fazer negócios diretamente com a estatal depois de deixar o cargo, ao enviar uma carta à presidente da companhia, Graca Foster, propondo parceria entre a empresa e a REF Brasil, um empreendimento que ele vinha tocando até ser preso e que previa a construção, com recursos privados, de pequenas refinarias de petróleo em pelo menos quatro estados brasileiros.

De acordo com o requerimento, o ex-diretor queria que a Petrobras fornecesse petróleo para refinarias ou contratasse os serviços da REF. Na carta, cujo rascunho foi apreendido pela polícia, Paulo Roberto tenta convencer a presidente da estatal, ao sugerir a assinatura de um memorando de confidencialidade para que as partes — REF e Petrobras — pudessem discutir o "negócio". A carta de Paulo Roberto recebeu encaminhamento dentro da Petrobras. Graça Foster determinou que o sucessor de Paulo Roberto na Diretoria de Abastecimento da estatal, Jose Carlos Cosenza, tratasse do assunto.

Ainda de acordo com o requerimento, a Petrobras garantiu que a proposta de Paulo Roberto não foi adiante. E que o próprio Cosenza respondeu a ele. Na resposta, de acordo com nota da estatal, Cosenza "afirma que a presidente da Petrobras o incumbiu de responder sobre a inviabilidade de a companhia participar de qualquer um dos modelos propostos, tampouco assinar qualquer memorando de confidencialidade”.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)