Pedro Simon diz que PT ficaria melhor na oposição

Da Redação e Da Rádio Senado | 16/10/2014, 16h14

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) advertiu nesta quinta-feira (16) em Plenário ser necessário um governo de união nacional, que se sustente no diálogo e no debate de ideias, não na troca de favores em busca de apoio político. Ele mencionou escândalos que envolvem o governo e sublinhou que o país ainda não tem a dimensão do que foi revelado em delação premiada (ainda sigilosa) pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef.

Simon voltou a afirmar que uma eventual derrota no segundo turno da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, pode ser "a melhor coisa para o Brasil e para o próprio PT".

— Há derrotas que são vitórias — disse Simon, dirigindo-se à presidente Dilma Rousseff.

No entendimento do senador, que declarou ter votado em Marina Silva (PSB) no primeiro turno, só na oposição o PT poderá se recompor e voltar a ser o partido ético, importante para o país, que foi no passado. Por outro lado, se vencer, o candidato Aécio Neves (PSDB-MG) terá uma forte oposição, que o obrigará a cumprir seus compromissos de campanha.

Para o senador, apesar de a apuração de votos no Brasil ser rápida e eficiente — o que o coloca "50 anos à frente" de outros países —, no caso da campanha eleitoral, o país está "50 anos atrás". Simon comparou a campanha feita no Brasil com o modelo americano, onde a decisão dos eleitores ocorre após os debates, em que um candidato pergunta e o outro responde, sem o auxílio de assessores nem de documentos.

Segundo ele, no Brasil, quem faz a campanha não é o partido nem o candidato, mas os marqueteiros, que, com suas técnicas, apresentam o candidato como um bom produto.

— Na televisão, o candidato faz de conta que faz. Primeiro, umas perguntas de todo o dia e a respostas são as mesmas. "Qual é a sua proposta para a educação?..." Ah, para a educação. "Qual é a sua proposta para o problema da falta de água?" ah, a falta de água... "Qual é a sua proposta com relação à saúde?" Ah, pois é, a saúde... "Qual é a sua proposta com relação às estradas?" Ah, pois é, as estradas. E quem assiste não leva a sério. Só quando alguém diz: "mas houve roubo lá na estrada, parece que está superfaturada". Aí arregala o olho, aí a coisa é importante — criticou, observando que os debates têm se resumido à troca de acusações.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)