Cristovam recebe comitiva internacional que vai acompanhar eleição no Brasil

Tércio Ribas Torres | 03/10/2014, 18h02

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) recebeu na tarde desta sexta-feira (3) a visita de uma delegação de autoridades estrangeiras que está no Brasil para acompanhar as eleições. O grupo de cerca de 50 pessoas veio ao país, a convite do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para saber como funciona a votação por sistema eletrônico e acompanhar todo o processo eleitoral. Apesar de o convite ter partido do TSE, a visita ocorre sem custos para os cofres públicos brasileiros.

A comitiva é formada por magistrados de tribunais, membros de comissões eleitorais, parlamentares do Parlasul e especialistas em questões eleitorais da Organização dos Estados Americanos (OEA). Há representantes de mais de 20 países. Entre eles, Angola, Zâmbia, Nicarágua, Canadá, Romênia, Chile e República Dominicana. O encontro foi acompanhado pelo chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do TSE, Tarcísio Costa.

Falando em francês e contando com a tradução simultânea para inglês e espanhol, Cristovam apresentou um panorama da política brasileira para os convidados. O senador falou sobre cargos políticos, forma de eleição e processo legislativo. Depois, respondeu a perguntas sobre reeleição, financiamento de campanha, insatisfação popular com a política e cláusulas de barreira. Cristovam criticou a organização partidária, mas definiu o trabalho do TSE como “perfeito”. Para o senador, o que o Brasil tem a ensinar para os estrangeiros é o aspecto “técnico” das eleições.

- O Brasil está superpreparado tecnicamente para estas eleições. Mas acho que não estamos ainda preparados politicamente para uma democracia consolidada. É uma contradição: a modernidade das urnas e, ao mesmo tempo, um caos partidário – apontou Cristovam.

O senador lamentou os casos de corrupção, defendeu uma reforma política profunda e apontou a necessidade de reduzir a influência do marketing nas campanhas eleitorais. Cristovam acrescentou que a propaganda exagerada encarece o processo eleitoral e cobrou um limite legal para os gastos dos candidatos. Para o senador, é preciso ter um limite à reeleição no Legislativo e o voto deve continuar obrigatório.

- Eu, pessoalmente, sou a favor do voto obrigatório, porque há aí um caráter pedagógico. Voto não é apenas um direito, é uma obrigação cívica. E, assim, participamos mais do processo – disse o senador.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)