Cristovam: candidatos a presidente precisam apresentar propostas para o futuro

Da Redação e Da Rádio Senado | 23/09/2014, 16h05

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) lamentou nesta terça-feira (23) que os candidatos à Presidência da República se fixem somente nos problemas do presente e não apresentem propostas para o futuro, que façam a mudança e a revolução de que o país necessita.

Segundo Cristovam Buarque, nenhum presidenciável diz, por exemplo, como resolver o problema da escassez de água nem como tornar o Brasil um país pacífico, em vez de simplesmente melhorar a segurança.

Ele reclamou que os candidatos à Presidência não dizem o que fazer melhorar a qualidade de vida do brasileiro nem para solucionar os problemas que o país terá com o aumento da população idosa nem para garantir o desenvolvimento com a preservação do meio ambiente.

Na opinião de Cristovam Buarque, os candidatos poderiam se inspirar em Juscelino Kubitschek, que tinha propostas para o futuro, como a política que ampliou e fortaleceu a indústria nacional.

- O debate está extremamente frágil, imediatista e frustrante. Por isso, que as pessoas não estão entusiasmadas com a eleição. Onde estão as bandeiras dos candidatos que a gente via em profusão nas eleições passadas? Estão escondidas por falta de sedução nos discursos dos candidatos de hoje. Claro que houve também uma desmoralização da política. Mas eu acho que o que realmente está abatendo o eleitor é a falta de sonho, de propostas para o futuro.

Regulamentação da maconha

Cristovam Buarque também comentou a importância dos debates que estão sendo feitas na Comissão de Direitos Humanos sobre a proposta de legalização do uso da maconha.

Ele explicou que é o assunto polêmico, mas precisa ser discutido com profundidade para que se possa avaliar se a legalização vai piorar o consumo e o tráfico de drogas ou não.

- Eu hoje não tenho posição se a regulamentação é melhor ou pior que o 'proibitismo' de hoje. Agora eu tenho um a conclusão, sim: o 'proibitismo' não está funcionando. Não está funcionando porque o consumo continua aumentando, e não está funcionando porque o tráfico está aumentando. Ele está trazendo os dois lados negativos, e a gente tem que quebrar ou os dois, de preferência, ou um desses dois. Vamos escolher qual.

Cristovam Buarque disse que os debates na CDH já mostraram que o poder medicinal da maconha precisa ser aproveitando.

- Não dá para deixar tanta gente sofrendo por preconceito contra uma droga - advertiu o senador, que ainda lamentou a forma agressiva com defensores da proibição da maconha têm se manifestado nos debates.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)