Capiberibe lamenta que acusados por corrupção no Amapá ainda não tenham sido julgados

Da Redação e Da Rádio Senado | 10/09/2014, 15h51

O senador João Capiberibe (PSB-AP) lamentou que, passados quatro anos, os responsáveis pelo desvio de R$ 1 bilhão dos cofres públicos do Amapá ainda estejam impunes. Eles foram alvo da Operação Mãos Limpas, deflagrada pela Polícia Federal para desmantelar uma quadrilha instalada na Prefeitura de Macapá e no governo, na Assembleia Legislativa e no Tribunal de Contas daquele estado.

O parlamentar se disse indignado com o fato de que muitos dos que foram apontados como envolvidos no escândalo sejam candidatos nas próximas eleições, como o ex-governador Waldez Góes, que concorre ao governo do estado.

Segundo Capiberibe, o ex-governador Waldez  Goés e o ex-secretário da Saúde Pedro Paulo Dias foram condenados no processo que apurou a responsabilidade de ambos no caso dos empréstimos consignados a servidores estaduais. Os valores descontados nas folhas de pagamento não eram repassados aos bancos.

Mas nenhum dos demais envolvidos com o desvio de dinheiro público foi julgado sequer em primeira instância. É o caso, segundo o senador, do ex-prefeito de Macapá Roberto Goés, que é candidato a deputado federal;  da ex-primeira-dama Marília Goés, que é deputada estadual e candidata a mais um mandato; do ex-secretário de Segurança Aldo Ferreira; e do ex-secretário de Educação Adauto Bittencourt.

Em pronunciamento no Plenário nesta quarta-feira (10), Capiberibe enfatizou que houve corrupção nas Secretarias de Educação (incluindo desvio de merenda escolar), da Saúde, do Desporto e Lazer, da Justiça e Segurança Pública, da Inclusão e da Mobilidade Social e do Instituto de Administração Penitenciária.

Para Capiberibe, a morosidade da Justiça é a principal causa da impunidade e um incentivo para que novos atos de corrupção continuem a acontecer:

- Graças à demora no processo de investigação, fruto do tamanho do esquema criminoso que gerou mais de um inquérito, o processo caminha lentamente, beneficiando os acusados. Ninguém foi julgado sequer em primeira instância, salvo o ex-governador no caso  dos consignados, e alguns são candidatos a essas eleições. Eles alegam que nada foi provado e que tudo não passou de armação e perseguição política. O melhor presente desse fatídico aniversário seria ouvir das instituições responsáveis julgando os acusados - disse o senador.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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