Deputado quer convocar homem suspeito de emprestar recursos a ex-diretor da Petrobras

Da Redação | 26/08/2014, 12h20

O deputado Rubens Bueno (PPS-PR) apresentou à CPI Mista da Petrobras pedido para convocação do empresário Marcelo Barboza Daniel, suspeito de ter emprestado R$ 1,9 milhão ao ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, que está preso sob a acusação de integrar esquema de corrupção e lavagem de dinheiro. Além disso, segundo investigação do Ministério Público Federal, Barboza doou R$ 1 milhão a Humberto Sampaio de Mesquita, genro de Paulo Roberto.

Ao justificar seu requerimento, o deputado Rubens Bueno sustenta que os indícios apontam para a participação de Marcelo Barboza no esquema de corrupção que se instalou na Petrobra. O requerimento deve ser analisado na próxima reunião da CPI, marcada para a primeira semana de setembro.

O MPF investiga também se o empréstimo e a doação foram feitos para justificar um possível repasse de propina a Paulo Roberto Costa, uma vez que empresas de consultoria de Marcelo Barboza e Humberto Sampaio de Mesquita tinham como clientes construtoras contratadas com o objetivo de executar obras para a Petrobras e por companhias do setor petroquímico.

Contas no exterior

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi preso em 20 de março, acusado de destruir provas sobre o seu envolvimento no esquema bilionário de lavagem de dinheiro e corrupção comandado pelo doleiro Alberto Youssef.

Ele ficou preso até 19 de maio, quando ganhou a liberdade por decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 11 de junho, um dia após ter prestado depoimento à CPI do Senado, foi novamente preso após o Ministério Público Federal ter descoberto que ele mantinha dólares em contas no exterior.

Aos senadores, Paulo Roberto Costa disse que não sabia que Youssef era doleiro e negou irregularidades no patrimônio das filhas e dos genros.

Investigações paralelas

Com a participação de deputados e senadores, a CPI Mista da Petrobras funciona paralelamente à CPI do Senado, constituída para apurar as mesmas denúncias. A oposição participa apenas da CPI Mista, sob o argumento de que a CPI do Senado só foi criada para ficar sob o controle absoluto do governo e assim impedir qualquer investigação.

As duas comissões de inquérito têm a missão de investigar denúncias de superfaturamento na construção de refinarias; falhas de segurança no lançamento de plataformas ao mar; prejuízos sofridos pela Petrobras na compra de Pasadena (EUA) e suposto pagamento de propina a funcionários para o fechamento de contratos

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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