CE decidirá sobre criação do Dia Nacional da Capoeira

Da Redação | 22/08/2014, 11h15

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) está pronta para votar a criação do Dia Nacional da Capoeira. A data escolhida para a celebração do esporte é 15 de julho. A proposta (PLC 17/2014), do deputado Márcio Marinho (PRB-BA), é relatada no Senado por Anibal Diniz (PT-AC), que já deu parecer favorável à iniciativa.

O Dia Nacional da Capoeira, de acordo com o texto original, seria celebrado todo dia 20 de novembro. O deputado Marinho justificou a escolha citando as origens do esporte. “Sendo o dia 20 de novembro o Dia da Consciência Negra, data em que Zumbi dos Palmares, um dos líderes mais importantes da luta pela liberdade e contra o escravismo, perdeu sua vida, cremos ser relevante reafirmar nesta data o seu reconhecimento como Patrimônio Cultural”, argumenta o deputado.

Em seu parecer, Anibal exalta a ideia, dizendo que a criação do dia comemorativo contribui para reforçar a importância da “arte-luta” para a sociedade brasileira. No entanto, ele propõe outra data, procurando evitar o conflito de calendário com o Dia da Consciência Negra. “Seria conveniente evitar a sobreposição”, diz o senador.

O dia 15 de julho foi sugerido porque nessa data, em 2008, a capoeira foi registrada como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, por iniciativa do Ministério da Cultura.

Após ser analisada pela CE, o projeto terá de passar pelo Plenário do Senado.

Histórico

A capoeira é uma forma de arte marcial desenvolvida pelos escravos africanos no Brasil a partir do século 18. Em sua concepção, consistia em uma mistura de cantos e danças tradicionais com movimentos de luta. “Eles passaram a praticar formas de luta para resistir, cultural e fisicamente, aos abusos da sociedade escravocrata brasileira”, rememora o deputado Márcio Marinho. Chegou a ser proibida no Brasil entre 1890 e 1940.

Ao longo do século 20 o esporte se desenvolveu. “Consagrou-se a divisão de duas escolas, a saber, Capoeira Angola e Capoeira Regional”, relata Anibal Diniz.

A Angola era mais semelhante às formas tradicionais de capoeira africana. Já a Regional é mais voltada para o aspecto de luta. Com o passar do tempo, tornou-se um importante símbolo – e cartão de visitas – da cultura brasileira. “A modalidade se espalhou pelo mundo e, hoje em dia, seus movimentos corporais e suas cantigas são reconhecidos em praticamente todos os países”, celebra o senador.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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