CPI Mista da Petrobras ouve gerente que teria sugerido continuar disputa judicial com Astra Oil

Da Redação | 19/08/2014, 17h55

A CPI Mista da Petrobras ouve nesta quarta-feira (20) os depoimentos de dois funcionários da estatal. O gerente jurídico internacional da Petrobras, Carlos Cesar Borromeu de Andrade, deverá prestar esclarecimentos sobre a disputa judicial entre a Petrobras e a empresa belga Astra Oil, que resultou na compra, pela estatal, da totalidade da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Já o gerente de Segurança Empresarial, Pedro Aramis de Lima Arruda, será inquirido sobre denúncias de pagamento de suborno a funcionários da Petrobras pela empresa holandesa SMB Offshore.

Aramis já foi ouvido pela CPI da Petrobras no Senado. Em depoimento no dia 3 de junho, Aramis assegurou não haver evidências de que a SBM Offshore tenha subornado funcionários da estatal brasileira. Ele acrescentou que foram 44 dias de investigação, com análise de contratos e aditivos, e o trabalho demonstrou que os negócios seguiram as normas adotadas pela Petrobras.

– Não identificamos indícios de que empregados nossos auferiram vantagem de natureza pessoal ou pecuniária ou receberam qualquer outro tipo de favorecimento – afirmou.

O requerimento para a convocação de Carlos Cesar Borromeu de Andrade foi apresentado pelos deputados Rubens Bueno (PPS-PR) e Sibá Machado (PT-AC). De acordo com Bueno, foi Borromeu quem defendeu, depois da compra de Pasadena, a continuação das disputas judiciais para evitar pagamentos adicionais à Astra Oil. O custo total da refinaria é estimado em US$ 1,24 bilhão.

Nestor Cerveró

Na semana passada, a CPI Mista ouviria o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró. O depoimento foi cancelado em razão da morte de Eduardo Campos. Uma nova data ainda não foi definida.

Cerveró é autor do documento que serviu de base para que o Conselho de Administração da Petrobras aprovasse a compra de Pasadena. Ele é acusado de omitir cláusulas importantes do contrato que seria firmado.

A CPI Mista funciona paralelamente à CPI do Senado, com os mesmos objetos de investigação: a compra da refinaria de Pasadena; o lançamento de plataformas inacabadas; o pagamento de propina a funcionário da estatal; e o superfaturamento na construção de refinarias.

Alvo de denúncia de combinação de perguntas com depoentes, a CPI do Senado só voltará a se reunir em 4 de setembro, com pauta ainda a ser definida.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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