Relator da CPI da Petrobras nega vazamento de informações

Da Redação | 05/08/2014, 20h10

Os documentos sigilosos em poder da CPI da Petrobras exclusiva do Senado continuam protegidos e não há qualquer indício de que tenham sido repassados a quem quer que seja. Foi o que assegurou nesta terça-feira (5) o relator da comissão parlamentar de inquérito, senador José Pimentel (PT-CE). Ele refutou a denúncia de favorecimento a depoentes da CPI com a antecipação das perguntas.

Além de negar qualquer irregularidade, Pimentel esclareceu que a linha principal de questionamentos faz parte do plano de trabalho da CPI da Petrobras que está publicado no portal do Senado e pode ser consultado por qualquer um.

– Eu nunca me reuni com nenhum depoente da CPI da Petrobras durante o curso de investigação. Eu não orientei o depoimento de qualquer investigado. No vídeo, utilizado como referência pela revista Veja, as falas editadas pela publicação levam ao termo “gabarito” de perguntas e respostas. Quero dizer que a assessoria da CPI jamais produziu qualquer questionamento com sua respectiva resposta. Chegamos a produzir até 130 perguntas por depoente. Mas nunca o fizemos acompanhado por respostas – afirmou Pimentel.

O relator da CPI da Petrobras também alertou que, segundo Veja, a reunião na qual teria sido combinado um esquema de obtenção antecipada das perguntas para o treinamento de depoentes aconteceu em 21 de maio. O senador lembrou que no dia anterior – 20 de maio – o ex-presidente da estatal, Sérgio Gabrielli, depôs à comissão parlamentar de inquérito.

– No dia 21, todo o Brasil, o Congresso Nacional, a Veja e aqueles que aqui fazem questionamentos sabem que as perguntas feitas por esse relator e pelos demais membros da CPI já tinham sido respondidas por Sérgio Gabrielli em audiência pública divulgada pelo site do Senado Federal.

Apartes

José Pimentel recebeu apoio de parlamentares do PT e do PMDB. O senador Jorge Viana (PT-AC) disse que o caso está muito mais vinculado à disputa eleitoral do que ao funcionamento de uma comissão parlamentar de inquérito.

– Eu acho que é muito grave esse tipo de situação, porque é uma tentativa de se interferir usando um veículo de comunicação importante como a revista Veja no processo eleitoral, protestou Jorge Viana.

O líder do PSDB Aloysio Nunes (SP), por sua vez, acredita que a gravação revela a existência de algo que precisa ser esclarecido.

– Eu li nos jornais hoje que o senhor e o senador Vital do Rêgo [presidente da CPI] se propuseram a fazer esse esclarecimento e tirar a limpo essa questão. Eu acho absolutamente urgente e indispensável que isso se faça – resumiu ele.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

MAIS NOTÍCIAS SOBRE: