Senadores cobram providências para esclarecer denúncia de acerto em depoimentos à CPI da Petrobras

Da Redação | 04/08/2014, 18h05

Senadores da oposição foram à tribuna do Plenário, nesta segunda-feira (4), pedir providências em relação à denúncia de combinação de perguntas entre membros da CPI da Petrobras e executivos da estatal. O líder do DEM, José Agripino (RN), sugeriu que o senador José Pimentel (PT-CE) deixe a relatoria da CPI, a não ser que surjam explicações “cabais”.

O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) disse que a denúncia, feita pela revista Veja, desmoraliza o Congresso Nacional. Ele pediu uma apuração aprofundada dos fatos pela Mesa do Senado. Também o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) cobrou providências e chegou a sugerir a extinção da CPI exclusiva do Senado.

O líder do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira (SP), sugeriu a interrupção dos trabalhos da CPI do Senado. Segundo ele, não há como negar que o acerto nos depoimentos beneficiou a presidente Dilma Rousseff, que presidia o Conselho de Administração da Petrobras à época da compra da refinaria de Pasadena (EUA) - um dos eixos de investigação da CPI.

Cristovam Buarque (PDT-DF) lamentou o possível envolvimento de senadores na combinação e afirmou que uma investigação por parte do Poder Judiciário talvez seja mais produtiva para esclarecer os fatos.

Segundo a denúncia da revista Veja, depoentes como a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, e o ex-diretor da área internacional da empresa Nestor Cerveró tiveram acesso antecipado às perguntas e foram orientados quanto às respostas.

Em nota à imprensa, o relator José Pimentel negou ter orientado pessoas ouvidas pela CPI, acrescentando que muitas das perguntas feitas já constavam do plano de trabalho da comissão, aprovado em 14 de maio. Ele disse que pediu à presidência da CPI os esclarecimentos dos fatos.

O presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), declarou-se surpreso com a denúncia e garantiu que a comissão fará um procedimento próprio de apuração dos fatos. Em nota, ele ressaltou ainda que "qualquer favorecimento que possa levar à mitigação do poder investigatório é prejudicial ao trabalho desenvolvido pelo colegiado".

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

MAIS NOTÍCIAS SOBRE: