Para ministro, Copa é oportunidade e não precisa haver pânico com manifestações

mmcoelho | 15/05/2014, 14h50

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou, nesta quinta-feira (15), que a Copa do Mundo é uma grande oportunidade para o país e não é preciso haver pânico quanto às manifestações. Ele participou de audiência pública promovida pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) para tratar das prioridades do ministério para 2014.

Segundo Rebelo, tomando como base os dados estatísticos das duas últimas Copas, na Alemanha e na África do Sul, a previsão é de que o evento no Brasil somará, ao longo de sua duração, 40 bilhões de telespectadores, sendo 3 bilhões apenas no jogo final. Ele apresentou estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas, que indica a geração de 3,6 milhões de empregos no Brasil por causa do evento.

- A Copa do Mundo tem também capacidade de agregar ao Produto Interno Bruto do país, ao longo do seu ciclo maior, até 2019, pelo menos 0,4% ao ano. A Copa do Mundo também projeta a imagem, a influência e o poder do país – afirmou.

Em relação às críticas e às manifestações populares, o ministro disse não ser correto nem justo olhar apenas para as dificuldades sem compará-las ao resto do mundo. Ele ressaltou as virtudes do Brasil como, por exemplo, ser a sétima economia do mundo, ter a agricultura mais competitiva do planeta e ser um país sem conflitos com nações vizinhas.

- Colocar as nossas mazelas sobre a mesa e omitir os problemas que o mundo enfrenta não é correto e também não é justo. E as nossas virtudes não aparecem – argumentou.

O ministro disse que manifestações violentas não podem acontecer e que a ordem democrática precisa ser defendida. Ele acredita que os protestos serão pacíficos.

- As manifestações, que muitos propagam como se fossem o fim do mundo, as manifestações pacíficas são protegidas pela Constituição, não há porque temer as manifestações pacíficas. As manifestações violentas são coibidas pela Constituição, são proibidas por lei – disse.

Após comentário do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) sobre a importância de as manifestações populares durante a Copa serem pacíficas, Aldo Rebelo disse que a ONU, o Comitê do Prêmio Nobel da Paz, o papa Francisco e a própria Fifa manifestaram o desejo de que a Copa do Mundo seja um momento de luta pela paz.

– Que o mundo se preocupe em fazer desse momento, de grande visibilidade no planeta, um momento também de luta contra o racismo, de afirmação da paz. E acho que a população brasileira, que tem essa vocação, que tem essa tradição, também estará engajada nesse processo. E as manifestações que acontecerem, creio que serão pacíficas – reforçou o ministro.

Ele encerrou sua exposição, afirmando que o país vai realizar a Copa de 2014 à altura da melhor expectativa do mundo. Ele citou o exemplo do último Carnaval em que apenas Rio de Janeiro, Salvador e Recife receberam 6 milhões de visitantes.

- Portanto, não há porque haver qualquer tipo de pânico para a recepção a 3 milhões de turistas brasileiros e 600 mil turistas estrangeiros – concluiu.

Legado da Copa

Para as senadoras Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Ana Amélia (PP-RS), apesar dos problemas com obras de mobilidade urbana e com obras de infraestrutura, a Copa deixará um grande legado ao país.

- Aquelas obras que não ficaram prontas até a Copa virão. Não tenho dúvida, elas virão. Na minha cidade, elas virão. Porque os problemas estão sendo resolvidos – disse Vanessa.

O presidente da comissão, senador Cyro Miranda (PSDB-GO), criticou os atrasos de obras em estádios e aeroportos para a Copa, o fechamento do Museu do Ipiranga, em São Paulo e a falta de investimento em tecnologia da informação. Ele disse ter medo de que o país não deixe uma boa imagem. Na opinião do senador, as falhas nos estádios não serão notadas. Os problemas, em sua avaliação, acontecerão no cotidiano das cidades e nas chegadas e saídas dos estádios.

Sobre a imagem do país no exterior, questionado por Ana Amélia, o ministro disse que todos os ingressos foram vendidos e que não há comprometimento para o país. Ele afirmou que os estádios terão também utilidade para depois da Copa e citou o exemplo da Arena das Dunas, em Natal, no Rio Grande do Norte, que já possui a área comercial mais valorizada da cidade.

Em relação aos aeroportos, Rebelo disse que a maioria já tinha obras de ampliação previstas que foram adiantadas devido à Copa do Mundo.

- Não eram obras para a Copa, porque já havia um planejamento para a ampliação desses aeroportos pela ampliação da demanda dos serviços aeroportuários –  explicou.

Bebida alcoólica nos estádios

Questionado pela senadora Ana Amélia, o ministro afirmou ser a favor da comercialização de bebidas alcoólicas nos estádios, liberada pela Lei Geral da Copa (Lei 12.663/2012).

- Eu sou a favor dessa comercialização nos estádios, porque isso não fere nenhum princípio, nenhuma cláusula da Constituição do país e eu não vejo sentido em proibir, dentro dos estádios, em recinto privado, em evento privado, algo que as pessoas fazem uso legalmente – disse o ministro.

Na opinião da senadora, a proibição seria ruim para a credibilidade do país, que fez um contrato com a Fifa.

- Romper unilateralmente um contrato internacional coloca em risco a própria credibilidade do país em uma situação dessa – argumentou a senadora.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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