Lídice da Mata sugere criação de CPI sobre violência urbana e pede unificação das polícias

Da Redação e Da Rádio Senado | 23/04/2014, 16h55

A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) manifestou preocupação com a violência no país. Ela mencionou dados da Organização das Nações Unidas (ONU) segundo os quais o Brasil, com apenas 2,8% da população mundial, é responsável por 11% de todos os homicídios registrados no mundo. A senadora observou que o estudo da ONU registra tímidos avanços no país, como a redução das taxas de homicídios no Rio de Janeiro e em São Paulo. Por outro lado, os números da pesquisa colocam o Brasil no segundo grupo de países mais violentos, ao lado de nações como México, Nigéria e Congo.

A senadora também disse que o estudo Mapa da Violência 2013 confirma o triste quadro da violência brasileira, que atinge em maior número os jovens negros e de baixa renda. De acordo com Lídice da Mata, o abandono da escola e a baixa inserção no mercado de trabalho estão entre os principais motivos que levam o jovem a ficar mais exposto à violência. Ela lembrou que seu estado, a Bahia, enfrentou uma greve da polícia militar na semana passada. A violência aumentou no período, mas o perfil dos homicídios não mudou: a maioria das vítimas tinha entre 15 e 34 anos, era do sexo masculino, de pele negra e morava na periferia.

Na visão da senadora, a sociedade e o governo precisam discutir a desmilitarização e a unificação das polícias.  Ela chegou a sugeriu uma CPI com foco na violência urbana e pediu que a segurança pública seja colocada em debate nas campanhas eleitorais.

- Até quando vamos continuar com essa situação? Nós estamos num ano eleitoral e não é possível ter mais uma eleição sem que a questão da segurança pública seja colocada em lugar de destaque na agenda dos presidenciáveis e dos candidatos ao governo em cada um dos estados brasileiros.

Milton Santos

Lídice da Mata também contou que esteve, pela manhã, em uma reunião na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, participando de uma homenagem ao geógrafo Milton Santos (1926-2001). A senadora lembrou que Milton Santos era baiano, negro, foi perseguido pela ditadura e era um grande crítico da globalização.

A senadora ainda elogiou a aprovação do Marco Civil da internet, ocorrida na noite de terça-feira (22), no Senado. Lídice da Mata parabenizou o governo, os colegas senadores e a sociedade organizada pela aprovação da lei, classificada por ela como uma referência mundial.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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