Assustado com cheia do Rio Madeira, Jorge Viana pede esclarecimentos a Ministérios

Da Redação | 07/03/2014, 12h50

O senador Jorge Viana (PT-AC) afirmou nesta sexta-feira (7), em pronunciamento no Plenário, estar assustado com a cheia do Rio Madeira, na divisa dos estados de Rondônia e Acre. Viana disse que, em respeito à opinião pública e aos internautas que se manifestaram pelas redes sociais, apresentou requerimentos aos Ministérios de Minas e Energia e dos Transportes com solicitação de esclarecimentos sobre a inundação da BR 364. Ele indaga também se haveria e a possibilidade de haver relação entre o fenômeno e a construção das usinas hidrelétricas na região.

O senador acrescentou que a população também questiona por que a ponte do Madeira nunca foi construída.

Jorge Viana mostrou-se preocupado com o fato de o nível do rio não parar de subir e disse que o volume de água que passa hoje pelo Madeira é maior do que o que passa em alguns trechos do Rio São Francisco.

– Eu mesmo, que conheço bem a região, confesso que estou assustado. Eu me choquei quando há pouco mais de uma semana sobrevoei a área – disse ele.

Jorge Viana contou que o local de embarque dos caminhões ficou submerso e elogiou o trabalho do Ministério dos Transportes, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), na construção de um porto de emergência nos últimos dois dias.

– Ontem passaram 65 caminhões, foi reaberto um porto improvisado de embarque e desembarque desses caminhões e a viagem de travessia do Madeira, que era feita em 30, 40 minutos, demora 3 horas – relatou.

Segundo o senador, a situação mais grave está no quilômetro 870, onde há uma lâmina d’água de 90 cm acima do nível da estrada. De acordo com o parlamentar, graças às ações do Dnit e do governador do Acre, Tião Viana, ainda está havendo abastecimento de alimentos e de artigos de primeira necessidade.

Questionado pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) sobre a possibilidade de soluções a longo prazo para o problema, inclusive com a canalização da água para regiões onde há necessidade, como o Nordeste e o Sul, Jorge Viana disse que é preciso refletir sobre a interferência humana na natureza.

- Todo mundo reclama e fala que São Paulo não tem mais a garoa como tinha. É visível que houve uma significativa mudança [no clima]. Agora estamos experimentando uma gravíssima situação de seca. Não há tecnologia hoje da Sabesp de tirar água profunda da represa. Eles vão ter que buscar uma nova tecnologia para poder captar água mais profunda – afirmou.

O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) disse, em aparte, que os parlamentares de Rondônia e do Acre não têm feito outra coisa a não ser visitar as comunidades atingidas pelas enchentes nas últimas três semanas.  Para Raupp, a situação é de calamidade pública em várias cidades.

- O gás de cozinha já está custando R$ 120 em Guajará-Mirim. A situação de Guajará-Mirim é de calamidade pública. Em Porto Velho, já foi decretada situação de calamidade pública porque as águas não param de subir. Há comunidades completamente cobertas pela água. Já há mais de 10 mil pessoas desalojadas – contou.

Valdir Raupp ressaltou que é preciso ter muita cautela ao atribuir a culpa às usinas. Para o senador, é uma infeliz coincidência, porque as usinas estão ficando prontas e há uma cheia como nunca houve. Raupp trouxe informações do Serviço Geológico do  Brasil (CPRM), que desvinculam a cheia do Madeira da construção das hidrelétricas.

- As usinas são a fio d’água, não retêm água. A água que entra, passa. – explicou.

Dia Internacional da Mulher

Jorge Viana encerrou o discurso com uma homenagem às mulheres pelo Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março. Ele citou o discurso da presidente Dilma Rousseff sobre a data, mostrando que nos últimos 3 anos metade das vagas de emprego foi ocupada por mulheres.

- Isso é uma conquista, que deve ser motivo de orgulho. Porque temos uma mulher na presidência que pode prestar conta a homens e mulheres deste país, dizendo que um dos maiores feitos do seu governo foi ter criado oportunidade de trabalho para as mulheres, o que está na origem da instituição do Dia Internacional da Mulher – completou Jorge Viana.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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