Simon diz que Olívio Dutra é exemplo a ser seguido pelo PT

Da Redação | 29/11/2013, 15h10

Em discurso nesta sexta-feira (29), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) elogiou o ex-governador do Rio Grande do Sul Olívio Dutra por suas declarações sobre o escândalo do mensalão. Em entrevista à imprensa, o líder petista criticou dirigentes do seu partido envolvidos no caso e aconselhou os que têm mandatos a renunciarem.

“O sujeito coletivo do PT não pode ser reduzido em virtude dessas condutas. O PT surgiu para transformar a política de baixo para cima. Eu não os considero presos políticos, foram julgados e agora estão cumprindo pena por condutas políticas”, afirmou em entrevista ao Jornal do Comércio, de Porto Alegre, referindo-se a José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, que foram condenados e presos.

Ao conceituar Olívio como seu “adversário político e amigo fraterno”, Simon, que também foi governador do Rio Grande do Sul (1987-1990), destacou que, apesar de ser um dos mais importantes fundadores do PT e de ter sido governador, prefeito de Porto Alegre e ministro do governo Lula, ao qual "não se adaptou", Olívio ainda mantém uma posição crítica em relação a seu partido.

– Se eu sou de um partido, eu tenho que defender apaixonadamente o meu partido, mesmo que eu sinta que esteja errado? Ou eu ajudo mais o meu partido dando uma orientação no sentido de que deve mudar, claro que com elegância, sem ofender – disse, sugerindo que as declarações do ex-governador sirvam de referência aos líderes da agremiação da qual faz parte a presidente Dilma Rousseff.

O próprio Simon lembrou ter criticado o seu partido, PMDB, por não admitir "uma série de coisas", como a recusa em lançar candidatos a presidente.

- Eu me magoei, e, às vezes, pessoas me deixaram malvisto - testemunhou Simon, que se diz satisfeito com o atual presidente do PMDB e vice da República, Michel Temer (SP).

Na avaliação do parlamentar, o julgamento do mensalão foi “um capítulo dos mais positivos da política brasileira”.

– Ninguém ficou satisfeito com a decisão e é compreensível que cada um tenha o seu lado, o seu pensamento, mas foi uma grande decisão – disse, ao elogiar o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ayres Brito, que presidiu a Corte durante uma parte do julgamento, e o relator do processo e atual presidente do Supremo, Joaquim Barbosa.

O parlamentar gaúcho fez uma reflexão sobre as eleições do próximo ano.

– Tenho medo, nesse ano de eleição, que nós não tenhamos meia medida - ou vai ser uma luta fratricida, de dossiê pra lá, dossiê pra cá, ou a gente se reúne e faz uma eleição de alto estilo, cada um apresentando a sua proposta e tendo o Brasil totalizado na democracia. Não há meio termo ­– disse.

Apelo aos jovens

O peemedebista inseriu em sua fala um apelo aos jovens para que mantenham sua disposição para protestar, já que não há, na opinião dele, outra maneira de pressionar os poderes públicos a agirem de forma justa. E deu como exemplos o movimento das Diretas Já, em 1984; o impeachment do então presidente Fernando Collor, em 1992; e mais recentemente a votação da Ficha Limpa e o julgamento do Mensalão.

- Quando vocês ficaram em casa tranquilos, esperando que nós fizéssemos, nós não fizemos. Não esperem nada do Congresso, nem do Supremo e nem do Poder Executivo. O jovem na rua, defendendo as boas ideias, nos leva a fazer por convicção, ou até, vou ser bem sincero, por medo do pensamento da sociedade - afirmou o senador.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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