Comissão mista aprova relatório da MP 619

Patrícia Oliveira | 24/09/2013, 22h35

A comissão mista que analisa a Medida Provisória 619/2013 aprovou nesta terça-feira (24) relatório do deputado João Carlos Bacelar (PR-BA), que fez várias alterações no relatório original apresentado na última reunião. Para que a MP não perdesse a validade - o prazo para a votação na comissão terminava à meia-noite - o colegiado fez um acordo para acolher o texto na íntegra e deixar a discussão dos pontos mais polêmicos para o Plenário da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (25).

Por entendimento entre a bancada do governo e a oposição, os deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Bohn Gass (PT-RS) retiraram seus destaques para posterior apresentação em Plenário. O petista contestou artigos do texto que estendem aos produtores independentes de cana-de-açúcar do Rio de Janeiro a mesma subvenção oferecida aos estados do Nordeste, referente à safra 2011/2012. Já Rodrigo Maia pediu a supressão do artigo que modificava lei sobre a quarentena de ocupantes de cargos públicos com acesso a informações privilegiadas (Lei 12.813/13).

Alterações

A MP 619 foi encaminhada ao Congresso em junho. O texto estabelece ações para ampliar a capacidade de armazenagem de grãos no país, institui o Programa Cisternas e também trata de prazos do penhor rural, contratos de financiamento do Fundo de Terras e da Reforma Agrária.

Entre as modificações, o relator propõe a contratação de qualquer instituição financeira pública para a realização das obras da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O texto original autoriza contratar o Banco do Brasil, ou suas subsidiárias, para a construção, ampliação ou reforma de armazéns para conservação e estoque de produtos agropecuários.

O deputado Lira Maia (DEM-PA) destacou a falta de tempo para a discussão da matéria na comissão e questionou artigo que admite a contratação de empresas privadas sem licitação para a construção de cisternas.

Já o senador Waldemir Moka (PMDB-MS) afirmou que o mais importante é "salvar" a MP porque ela traz avanços como o fundo garantidor para as cooperativas, que passam a poder operar recursos. O deputado Antonio Brito (PTB-BA) apontou o programa que refinancia dívidas de entidades filantrópicas de saúde, o Prosus, que pode beneficiar as Santas Casas.

Apesar do consenso sobre a importância da proposta para os pequenos produtores rurais, a diversidade de temas tratados pela na Medida Provisória também foi motivo de críticas por parte alguns parlamentares da comissão.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

MAIS NOTÍCIAS SOBRE: