Aloysio Nunes acusa Dilma de fazer campanha antecipada e tentar esconder fracasso do governo

Da Redação | 27/06/2013, 18h55

Em pronunciamento nesta quinta-feira (27), o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), acusou a presidente Dilma Rousseff de tentar desviar a opinião pública ao propor um plebiscito para uma Constituinte dedicada à reforma política, ideia da qual acabou recuando. Para o senador, a presidente quis esconder o fracasso e os reais problemas do seu governo.

- Ela está interessada em fazer uma campanha eleitoral antecipada, a pretexto de plebiscito sobre reforma política, e com isso tapar o sol com a peneira, esconder, varrer para baixo do tapete as mazelas do seu Governo, que suscitaram, em grande parte, as manifestações que sacudiram o país – criticou.

Aloysio afirmou que não é preciso fazer uma pesquisa de opinião pública para saber que a população brasileira está descontente com a volta da inflação, os serviços públicos precários, a corrupção, a falta de transparência, o crescimento econômico pífio e os empregos de má qualidade. Para ele, os pactos anunciados pela presidente após reunião com governadores e prefeitos foram apenas “para inglês ver”.

O senador ressaltou que o próprio vice-presidente da República, Michel Temer, viu na proposta de nova constituinte uma ameaça de ruptura da ordem constitucional.

Aloysio Nunes lembrou que Dilma Rousseff se mostrou disposta a apoiar uma reforma política logo que tomou posse e agora, em vez de apresentar uma proposta de reforma, recorre ao plebiscito.

- Será que ela, que é uma mulher vivida, com experiência, uma mulher culta, antiga militante política, até hoje, em dois anos e meio de Governo, não teve sequer uma idéia que pudesse socializar conosco, com a nação, a respeito de providências que deveriam ser tomadas para melhorar o sistema político brasileiro? – questionou.

Para o senador, a presidente não teria dificuldade para implementar propostas, já que conta com maioria no Legislativo e pode editar medidas provisórias, propor urgência a projetos de lei e “requisitar cadeias de rádio e televisão para mobilizar a opinião pública”. Aloysio Nunes disse considerar que o que falta não é governabilidade, mas propostas.

Complexidade

O senador classificou como complexo o tema da reforma política, outro motivo pelo qual seria difícil consultar a população em um plebiscito. Segundo o senador, até para políticos experientes, é difícil compreender alguns dos assuntos envolvidos.

- Imaginem os senhores como é que o eleitor iria se pronunciar diante da disjuntiva: voto majoritário uninominal com turno único ou sistema proporcional de lista aberta? Quem é capaz de entender uma coisa dessa?

Outro argumento é de que as mudanças deveriam estar concatenadas, já que uma poderia ser incompatível com a outra. Daí a necessidade apontada pelo senador de se fazer não um plebiscito, mas um referendo, no qual a população seria consultada sobre uma proposta já elaborada pelo Congresso.

- Seria o mecanismo de consulta previsto na Constituição mais adequado para questões complexas dessa natureza. O resto é conversa fiada, e, em conversa fiada, a oposição não vai embarcar – concluiu.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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