Relator acolhe parcialmente 23 emendas ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias

Da Redação | 19/06/2012, 18h30

Foram apresentadas 72 emendas ao relatório preliminar do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2013, que se encontra na pauta da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO). O voto do relator, senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) é pela aprovação parcial de 23 emendas e rejeição das demais.

A parte geral do relatório a ser votado na comissão avalia os cenários e os parâmetros utilizados para a elaboração do projeto e respectivos anexos. A parte especial, por sua vez, apresenta as regras para a apresentação de emendas à matéria.

O PLDO de 2013 assenta suas projeções fiscais tendo como pano de fundo a recuperação do crescimento econômico conjugado com a manutenção da estabilidade de preços.

Produto Interno Bruto

O Executivo espera alcançar um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,5% para 2012 (R$ 4,539 trilhões) e de 5,5% para 2013 (R$ 5,027 trilhões). Os agentes de mercado, contudo, esperam crescimento de 3,2%, em 2012, e 4,3%, em 2013, observa o relator.

As expectativas mais otimistas do PLDO 2013 decorrem da aceleração dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), principalmente dentro do Programa Minha Casa, Minha Vida, e outros ligados à Copa do Mundo de Futebol e às Olimpíadas, bem como projetos industriais relacionados à construção de apoio logístico e de fabricação de equipamentos para a indústria do petróleo, com vistas à exploração do pré-sal.

Essa retomada de crescimento, explica Valadares, é esperada pelo governo para acontecer concomitantemente com a redução das pressões inflacionárias, com a expectativa de que a inflação atinja 4,7% no acumulado no IPCA para dezembro de 2012, convergindo para o centro da meta oficial de 4,5% em 2013. Os agentes de mercado, diz o relator, mostram expectativa de evolução na mesma direção – IPCA de 5,08% em 2012, e de 5,5%, em 2013.

Salário Mínimo

O relator diz que o aumento real do salário mínimo, mantido nos últimos anos, pressiona as despesas do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), na medida em que 63% dos beneficiários recebem salário mínimo, o que corresponde a 43% do montante pago.

Segundo o projeto, o salário mínimo a partir de 1º de janeiro de 2013 sofrerá reajuste de 7,36%, passando de R$ 622 para R$ 667,75, correspondente ao crescimento real do PIB de 2,73 e inflação medida pelo INPC de 4,5%.

A Lei 12.382/11, que estabelece a política de valorização do salário mínimo a ser adotada de 2012 a 2015, observa padrão de correção adotado em LDOs anteriores – crescimento real do PIB e INPC. Determina ainda que o valor do beneficio será fixado por decreto presidencial, o que evitará contínuas discussões anuais no Congresso acerca do piso salarial.

Assistência Social

Os gastos obrigatórios relativos aos benefícios da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), Renda Mensal vitalícia e do programa Bolsa-Família constituem a grande maioria dos dispêndios totais nessa área – mais de 88% dos gastos do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (R$ 48,2 bilhões em 2012).

Os dispêndios com o programa Bolsa-Família têm apresentado evolução crescente. Em 2012, a previsão é de que alcancem R$ 18,7 bilhões. Atualmente, são atendidas pelo programa cerca de 13,3 milhões de famílias, com beneficio mensal médio por família de R$ 118.

Para 2012, quanto aos Benefícios de Prestação Continuada (BPC), estima-se atender cerca de 3,8 milhões de idosos e pessoas com deficiência, ante a meta física de 3,6 milhões de beneficiados em 2011. O gasto total para 2012 é de R$ 27,8 bilhões, frente aos R$ 23,4 bilhões executados em 2011. A variação deve-se ao aumento do salário mínimo e do quantitativo de pessoas atendidas.

Previdência Social

De acordo com o relatório, a necessidade de financiamento do regime previdenciário em 2011 atingiu R$ 35,5 bilhões, apresentando ligeiro decréscimo em percentual do PIB em relação a 2010, em razão do aumento da arrecadação (de 14,6% em média, de 2006 a 2011) em taxas superiores ao pagamento de benefícios (de 11,8%, no mesmo período).

O aumento decorre do crescimento da formalização do mercado de trabalho e esforço de arrecadação da Previdência, aponta o relator. Atualmente, constam mais de 25,3 milhões de benefícios concedidos, sendo 16,8 milhões no meio urbano e 8,5 milhões no meio rural.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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