João Capiberibe diz que crise ambiental veio para ficar

Da Redação | 14/06/2012, 19h15

Em pronunciamento nesta quinta-feira (14), o senador João Capiberibe (PSB-AP) disse que as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade, o esgotamento dos recursos naturais e a poluição dos diversos meios naturais são os quatro riscos que sintetizam a crise ecológica atual.

- A crise ambiental veio para ficar. Nós podemos vencer as crises políticas, superar as crises econômicas, até mesmo as crises éticas, mas a crise ambiental é definitiva, não tem retorno. O que está feito não tem mais como ser corrigido. O que podemos fazer é mudar de rumo, mudar de atitude, mudar esse padrão de consumo e de produção que norteia a sociedade global – afirmou.

Capiberibe disse que se sente reconfortado com a abertura da Rio+20, na quarta-feira (13), lembrando que a formulação do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Amapá, posto em prática quando ele governou o estado, há 17 anos, inspirou-se diretamente na reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente, a ECO-92, realizada há 20 anos no Rio de Janeiro, e também no exemplo dado por Chico Mendes, que morreu assassinado em 1988, no Acre, em defesa de outra relação com a floresta.

Dois anos e meio após a Eco 92, Capiberibe disse que decidiu adotar o desenvolvimento sustentável como matriz das políticas de governo. Durante sete anos e três meses, “em que pese incompreensões e críticas”, o programa foi posto em prática, mobilizando progressivamente diversos segmentos da sociedade do Amapá, especialmente os excluídos, como os índios.

Capiberibe explicou que o projeto foi composto por seis diretrizes básicas que orientaram as ações de governo. Uma delas tratou da valorização das vantagens comparativas do Amapá frente a outras regiões, levando em conta a diversidade de ecossistemas, a extraordinária capacidade de produção de biomassa vegetal e animal, as áreas com biodiversidade intacta, os locais de notável beleza natural, além do acesso estratégico aos centros de comércio internacional. Ele lembrou que o estado faz fronteira com a Guiana, que é uma região do estado francês e integrante da União Européia.

Outra diretriz básica do projeto procurava buscar o equilíbrio entre os aspectos econômicos, sociais e ambientais das atividades produtivas.

Essa equação de combinar fatores econômicos com equidade e com preservação dos recursos naturais é uma dificuldade que desembocou no desenvolvimento sustentável, disse Capiberibe, para quem não há como preservar os recursos naturais “convivendo com a pobreza do lado”.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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